O coleccionador e presidente da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo, Joe Berardo, pediu ao Ministério da Cultura para prorrogar o prazo de resposta à avaliação feita pela leiloeira Christie´s das 862 obras de arte da colecção do Museu Berardo, estimada em 316 milhões de euros.
José Berardo garantiu que este pedido de prorrogação "não tem implicação nenhuma" no acordo que estabeleceu com o governo, escreve Diário de Notícias. Todavia, e apesar de "não ser obrigado" a consultá-lo neste caso, quer que o Conselho de Fundadores se pronuncie acerca da avaliação da Christie's. Isto porque, reconhece o coleccionador, a soma de 316 milhões de euros se "refere a valores correntes e todos os anos a inflação ronda os 2,5%".
Berardo, disse que ainda não tomou uma decisão sobre o valor estimado pela leiloeira britânica. Pedi à senhora ministra da Cultura (Isabel Pires de Lima) que me conceda um adiamento para dar uma resposta final, acrescentou, referindo que o prazo termina segunda-feira.
Fonte do gabinete da ministra da Cultura confirmou que o coleccionador pediu a prorrogação do prazo, mas a ministra, que chegou quarta-feira à noite de uma visita oficial à Índia, ainda não tomou uma decisão sobre o assunto.
Até 2016, o Estado tem o direito de opção de compra da colecção pelo valor fixado pela Christie¦s (entidade terceira escolhida por ambas as partes para a avaliação), mas caso o comendador não aceite aquele valor, esse direito extingue-se.
O anúncio da avaliação foi feito pela ministra Isabel Pires de Lima a 20 de Dezembro último durante a cerimónia de apresentação do director do museu, o francês Jean-François Chougnet, do director-geral, Rui Silvestre, bem como de um conjunto de obras de artistas portugueses contemporâneos adquiridas pela fundação.
Na altura, a ministra colocou de lado qualquer possibilidade imediata da compra do conjunto: O Estado não é neste momento comprador. Estamos longe disso mas o que importa é que, através do protocolo, temos a possibilidade de o fazer nos próximos dez anos ao mesmo preço, salientou a governante.
Nos próximos dez anos, o Estado e Joe Berardo vão investir anualmente um milhão de euros em partes iguais em aquisições de obras de arte para a Fundação, constituída por representantes de ambos os parceiros.
Entre as obras avaliadas constam um Picasso, cujo valor ascende a 18 milhões de euros, uma das peças mais caras da colecção, um Francis Bacon de 15 milhões de euros e um Andy Warhol avaliado em 12 milhões de euros.
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