Polaroid contempla a presença de um ecrã gigante que convoca uma imensa intimidade com o palco, quer no plano plástico quer ao nível da narrativa. Assim, o tratamento vídeo, das luzes, banda sonora e cena não tem uma função ilustrativa, constituindo uma parte integrante da dramaturgia. O espaço cénico é povoado de luzes e elementos que remetem para uma iconografia de jogo, sendo alguns destes elementos mutantes consoante a dinâmica da narrativa.
No fundo, o espectáculo é um duplo solo de Clara Andermatt e Amélia Bentes. Polaroid conta com uma narrativa que o atravessa, coabitando os diversos discursos, como o videoclip ou o videogame, com especial ênfase para o cinema. Estas narrativas proporcionam uma dinâmica que reflecte a velocidade e o excesso que caracterizam o espectáculo, onde se cria um idioma único com base no som, na imagem, no movimento e na palavra.
Em Polaroid, o corpo é preso pela imagem e as palavras correm como questões em cadeia para fora do seu corpo imóvel. Incorpora todas as experiências vividas como se condenasse, naquele momento, toda a sua vida: uma corrida do princípio ao fim. Um ciclo imparável em que a morte é o início da etapa seguinte.
Coimbra Capital da Cultura
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter
url da página de erro:
texto contendo erro:
O seu comentário: