Uma equipe de astrofísicos conseguiu medir diretamente a pressão interna de uma anã branca — o remanescente colapsado de uma estrela semelhante ao Sol — e os dados revelam valores tão extremos que desafiam os modelos clássicos da física estelar.
De acordo com o estudo publicado por astrônomos, a pressão no núcleo da anã branca é bilhões de vezes superior à da Terra, alcançando níveis que tornam os átomos quase incompressíveis. Trata-se de um ambiente onde os elétrons estão tão densamente compactados que criam uma “pressão de degenerescência quântica”.
É o que sobra de uma estrela de massa média após o fim de sua fusão nuclear. Sem combustível, ela colapsa e se comprime até formar um corpo denso, do tamanho da Terra mas com massa similar à do Sol. Seu brilho vem do calor residual.
Usando telescópios de raios-X e modelos de espectroscopia, os cientistas conseguiram inferir a pressão com base no desvio da luz emitida da superfície da anã branca. A comparação com modelos teóricos revelou uma discrepância surpreendente.
A medição sugere que os núcleos dessas estrelas são ainda mais densos do que se imaginava, o que pode afetar os limites teóricos da massa estelar e até os cálculos de explosões tipo supernova.
Além disso, reforça a importância da física quântica em escala macroscópica — onde o comportamento de partículas subatômicas determina a estrutura de corpos celestes inteiros.
Essa descoberta abre portas para entender não só o destino de estrelas comuns, mas também a composição da matéria em estados extremos — algo impossível de reproduzir em laboratórios terrestres.
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