O Brasil passa por um momento conturbado da economia. A falha na gestão pública macroeconômica aplicada pelo atual governo promoveu desequilíbrios graves nas contas públicas, nos repasses sociais e essenciais das áreas de saúde, meio ambiente, educação e investimentos.
O atraso de pagamentos por parte do governo de vários serviços; a diminuição do repasse aos hospitais, promovida por tabelas do SUS sem a correção adequada dos serviços está promovendo o sucateamento do serviço de saúde pública do Brasil, observada por várias reportagens divulgadas na imprensa brasileira.
A política anti-inflacionária através do controle de gastos públicos e aumento da carga tributária, promove a diminuição do consumo e investimentos.
Apesar de o governo alegar que a causa da inflação é o excesso de consumo das famílias brasileiras, na realidade está ocorrendo o contrário, vivemos na atualidade uma inflação de custos que consiste em: aumento dos insumos básicos e impostos acima do aumento da renda das famílias brasileiras; quando isto ocorre parte dos rendimentos das famílias e das empresas são transferidas para o governo, diminuindo o poder de compra do povo e das empresas brasileiras.
Outra variável que impacta diretamente na política pública, além da excessiva carga tributária é a falta de credibilidade pelo poder público, reflexo dos escândalos de corrupção generalizada pela política brasileira, demonstrada no Panamá Papers (com membros de 7 partidos políticos envolvidos), nas investigações da Lava Jato, no Petrolão, no Mensalão e outros processos de corrupção presentes em quase todos os partidos políticos do Brasil.
O reflexo de uma política inadequada é o aumento do desemprego; a diminuição dos investimentos; a transferência de capitais produtivos para capitais financeiros (o dinheiro que era concentrado na indústria sendo transferido para aplicações financeiras); a desindustrialização (provocada principalmente pelo excesso de carga tributária, além das mudanças de cálculo das alíquotas de impostos AD REM e AD Valorem, que a Receita Federal declara que é mais transparente e justa, pergunto: para quem? Disponível no site: http://idg.receita.fazenda.gov.br/noticias/ascom/2016/fevereiro/decreto-altera-ipi-de-chocolates-sorvetes-cigarros-e-racoes ), neste site verificamos que a mudança de sistemática de cálculo aumenta as receitas do governo em um momento delicado da economia, em que há necessidade de criar ferramentas de incentivo a produção e não o contrário.
A diminuição do gasto público pode ocorrer simplesmente com a melhoria da gestão pública, portanto falta vontade política de implantar ações de melhorias contínuas.
A consequência desta política restritiva é o fechamento de pequenas e médias empresas que existiam a uma ou duas décadas; um grande volume de imóveis para locação sem futuros pretendentes; diminuição de investimentos em novos negócios; a estagnação do mercado imobiliário; o descontentamento público e a divergência de opiniões sobre o futuro político brasileiro.
Mas na contramão destes processos, algumas empresas vem uma oportunidade na crise para criar novas oportunidades e conquistar uma parcela do mercado. Há um grande volume de fusões e aquisições ocorrendo no momento, envolvendo bilhões de dólares, principalmente de chineses comprando empresas e participações na economia brasileira.
Fica claro que a política pública deficiente, promovida pela falha na gestão pública cria problemas generalizados em toda economia, portanto, ações neste sentido se fazem necessárias para a retomada do crescimento econômico brasileiro.
Economista Welinton dos Santos , Mestrando em Políticas Públicas da UMC
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