Posição de Fernández sobre Venezuela aumenta tensão entre Brasil e Argentina
Novo presidente da Argentina se afasta da linha dura adotada pelo macrismo contra o governo de Nicolás Maduro
Jornal GGN - O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, decidiu mudar a postura do país com relação à Venezuela: além de se afastar da política de isolamento pregada pelo seu antecessor, Mauricio Macri, ele não está disposto a ser um aliado incondicional de Nicolás Maduro, ao contrário de sua vice-presidenta, a ex-mandatária Cristina Kirchner.
Segundo informações do jornal El Pais, o governo Fernández evitou falar de um golpe na Assembleia por parte de Maduro, mas pediu que as forças políticas venezuelanas voltem a dialogar "em uma base de pleno respeito das liberdades e dos mecanismos institucionais".
Com a mudança argentina, o Brasil passou a ser o principal defensor de uma postura linha dura contra Maduro no Grupo de Lima. Há seis meses, sob o comando de Macri, os chanceleres dos países do bloco - dentre eles Paraguai, Chile, Colômbia e Peru - se reuniram em Buenos Aires para dar apoio a Juan Guaidó e alertar que as violações aos direitos humanos "não deixam margem para que alguns países continuem apoiando o regime ilegítimo de Maduro".
A mudança da agenda de Fernández também afeta Brasil e Bolívia. A relação entre o presidente argentino e Bolsonaro tende a se complicar devido à falta de sintonia, mas as relações comerciais podem levar a algum tipo de acordo. O presidente brasileiro fez campanha aberta pela reeleição de Macri e se negou a cumprimentar o presidente eleito por sua vitória.
Bolsonaro também declarou que, caso o governo argentino se negue a aderir ao acordo de livre comércio assinado entre Mercosul e União Europeia, "terá de afastá-lo" do bloco regional. Fernández é o único líder que não é de direita dentre os integrantes do Mercosul.
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