Marina Shakina considera que é possível um salto exponencial da economia russa nos próximos tempos, baseando-se nas cifras mais que encorajadoras dos últimos meses.
Na primeira semestre de 2003, o PIB russo cresceu por 7.2%, o investimento por 11.9% e a produção industrial, 6.8%. A economia russa está franca e inegavelmente saudável e tudo indica que a meta do Presidente Vladimir Putin de duplicar o PIB até 2010 é inteiramente realístico.
Para tal, o PIB tem de aumentar por 7% todos os anos, o que tem estado a acontecer apesar da valorização do rublo, que afeta negativamente a exportação de bens e a importação dos capitais..
Na base deste comportamento melhor do que esperado é a estabilidade em alta dos preços de petróleo e a taxa de câmbio do Euro comparado com o USD. Quanto mais valorizado o Euro, melhor para a economia russa. Os pessimistas dizem que uma vez que o preço de petróleo comece a cair, será o princípio do fim.
No entanto, há outros sinais prometedores: também tem havido forte crescimento nos recursos não-energéticos, como o setor da engenharia, a indústria alimentar e as comunicações.
O Ministro de Desenvolvimento Económico e de Comércio da Federação Russa, Stefan Gref, tem um discurso realista, afirmando que durante a primeira metade do ano a economia se portou melhor do que será o caso na Segunda parte, quando a taxa de crescimento do PIB é esperado decrescer ligeiramente para os 6%.
O objectivo de Putin mostra a sua habilidade não só como diplomata mas também como político. Em vez de adoptar uma retórica pessimista e derrotista, semeando o pânico, afirma que os russos têm a capacidade de fazer acelerar a sua economia e isso lança uma onda de euforia, de confiança, que a economia precisa para crescer. O seu apelo para duplicar o crescimento do PIB foi uma arma psicológica, que mobilizou o governo e a sociedade para se lançarem na senda de crescimento económico.
A questão que agora se põe é quais as reformas estruturais para suportar esse crescimento. Há quem defende, como Professor Yasin, que o setor não-mercado precisa de ser revitalizado, diminuindo a escala das firmas estatais e o poder das monopolias, congelando despesas públicas, desregulamentar os preços de gás e electricidade, de taxas municipais e as tarifas dos transportes.
Sem dúvida isso teria um impacto negativo sobre o bolso familiar. Um possível mecanismo para contrariar essa tendência seria o aumento dos salários no setor público e das pensões.
Os críticos de Yasin defendem que essas medidas iriam diminuir o crescimento do PIB, além de criar sérias condições para uma crise social e uma diminuição da produção industrial, minando capacidade de investimento.
Seja como for, o governo já decidiu adotar uma política de reduzir a despesa pública entre 2004-2007, enquanto investe na educação, na ciência e na área de medicina e liberaliza a moeda, enquanto as firmas estatais que não são competitivas ou estratégicas serão vendidas.
Vladimir Putin sabe o que quer e para onde vai. Com determinação, ele traça o próximo futuro da Federação Russa. Quem pode negar que pelo menos parece um futuro sorridente?
Timofei BYELO PRAVDA.Ru
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