O que vai ser do enclave de Kaliningrado, o território da Federação Russa separada da Rússia Continental, uma ilha entre Polónia e Lituânia que brevemente vão se aderir à União Europeia?
Moscovo insiste no direito a viajar sem vistos para os cidadãos russos entre o enclave e Rússia continental, visto que são parte integral do mesmo país, enquanto a União Europeia quer que haja vistos gratuitas, para impor algum controlo sobre o território, dado a noção de que poderia tornar-se numa área de actividade criminosa e um centro de contrabando com uma taxa alta de SIDA dentro da União.
Mas o que querem os residentes? De acordo com contactos da Pravda.Ru dentro do território, há alguns extremistas que querem independência de Moscovo e criar um novo estado dentro da UE. Contudo, a maioria dos residentes em Kaliningrado não pensa assim, favorecendo uma posição de menos controlo por Moscovo e melhores trocas com a UE mas ainda não a integração total.
Um controlo menos rígido por Moscovo é visto pela maioria da população no território como um meio de ganhar algumas vantagens da sua posição geográfica. Tendo algum controlo sobre os vistos, a União Europeia em geral e a Lituânia e Polónia em especial, deixariam de considerar a região como fonte de instabilidade e criar-se-ia o ambiente para a assinatura de parcerias estratégicas, favorecendo os russos no enclave e simultâneamente, a Rússia Continental.
Os moderados no território consideram que se houvesse algum controlo pela UE nos portos e aeroportos de Kaliningrado, no médio prazo, os vistos deixariam de ser necessários para as pessoas que saíssem do enclave em direcção à Rússia Continental, sendo somente necessários para as que entrassem.
Por esta razão, continuando esta linha de pensamento, os residentes de Kaliningrado ganhariam eventualmente o direito de viajar na União Europeia, criando o primeiro passo para a integração de todos os russos.
Os que favorecem a mudança de nome de Kaliningrado para Konigsberg, o seu nome antigo, citam a mudança de Leninegrado para São Petersburgo; contudo, este movimento que visa mudar o nome é sintoma do sentimento anti-Moscovo nesta parte da Rússia. A maioria dos residentes em Kaliningrado concorda que Moscovo não entende os sentimentos da população deste enclave, habitado por russos étnicos que têm todas as infra-estruturas e possibilidades de se tornarem num estado independente se a maioria quisesse.
Não é o caso mas é de realçar a vontade popular para que Moscovo exerça mais flexibilidade no processe e que a sua posição visa proteger melhor os interesses da população de Kaliningrado, que se orgulham também de serem russos.
Timofei BYELO PRAVDA.Ru
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