O meu avô, Dmitri Ksenofontovich Malaev, elegante, um génio e o quinto filho na família, veio para Moscou ingressar na escola de aviação. Quando o jovem fez exames de admissão, cometeu quarenta erros ortográficos só numa folha. A comissão de examinadores, disseram que ele deveria estudar a língua russa e depois ingressar novamente. Ele estudou a língua alemã e mais tarde tornou-se membro do partido de Lenine, estudou o inglês e trabalhou com americanos na Elba.
Em 1942 o avô sentiu-se obrigado a estudar o chinês: ele fora preparado para uma missão especial na região da China. Nos anos 42, os alunos de escola militar ainda estudavam, mas foram enviados para frente.Entre eles só dois estudantes regressaram vivos.
O avô sempre disse: eu não posso ver balas, ou seja, rebuçados sem chorar.
A minha tia Elena nasceu no dia 10 de Agosto de 1941. Em 1943, o meu avô era capitão da aviação, e regressou para casa depois de ser ferido. Regressou para ver a mulher e mimar a filha com as balas, que ainda não conhecia. Fora de metro e na mao uma mala cheio de balas. E quando atravessava a passadeira, a mala abriu e as balas que levava se espalharam pelo chão. As mulheres que estavam por perto, ajudaram lhe a apanhar as balas. Elas de maneira comovedora, perguntaram sobre a família dele e desejaram lhe boa viagem. Quando ele chegou a casa, logo de seguida, a Elena começou a comer as balas que nunca tinha visto antes.
Vocês imaginam como a avó conseguiu sobreviver junto com as crianças durante o bloqueio de Leninegrado? Ela ia perto dos hospitais recolher as latas vazias de leite condensado. E em casa ela enchia as de neve e deitava agua fervida, e como resultado, obtia um caldo muito saboroso (pelas recordações da mama). Assim era a minha vovó!
Todos os anos, no dia nove de Maio, eu ofereço flores as mulheres dos veteranos. Faço isso sempre como homenagem a todas as avós.
Traducão Dério Nunes
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