"As conversas não são simples, mas achamos que podemos encontrar uma solução positiva, por isso não perdemos o otimismo", disse Putin em entrevista coletiva durante sua visita ao Azerbaidjão, segundo a agência "Interfax".
O Kremlin ofereceu a Teerã criar uma empresa conjunta para o enriquecimento de urânio em território russo, a fim de abastecer as centrais nucleares iranianas, como última oportunidade de resolver a crise dentro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Putin disse que, durante a pausa adotada por ambas as partes após as conversas realizadas na segunda e terça-feira em Moscou, os negociadores iranianos consultarão os dirigentes de seu país.
"A oferta russa é plenamente aceitável para a parte iraniana, e pode ser aproveitada para solucionar os problemas criados pelo programa nuclear (do Irã)", disse.
O chefe do Kremlin afirmou que está em contato permanente com os países envolvidos neste processo: os Estados Unidos e a "troika" européia (Reino Unido, Alemanha e França).
Putin fez estas declarações no Azerbaidjão - país muçulmano vizinho do Irã - onde vivem cerca de 30 milhões de pessoas.
As consultas russo-iranianas sobre a iniciativa russa continuarão amanhã, em Teerã, durante a visita do diretor da Agência Atômica da Rússia, Serguei Kirienko.
A Rússia solicitou que o Irã declarasse uma moratória a suas atividades de enriquecimento de urânio, mas Teerã sustenta que não tem intenção de renunciar a seu "direito soberano" de realizar investigações neste assunto.
O Kremlin espera alcançar um acordo com Teerã antes que o diretor-geral da AIEA, Mohamed El Baradei, apresente no próximo dia 6 de março ao Conselho de Governadores deste órgão o relatório destinado ao Conselho de Segurança da ONU.
Moscou propõe que os aspectos mais sensíveis do ciclo de combustível nuclear iraniano, como o enriquecimento de urânio, sejam feitos em seu território dentro de uma empresa mista e sob a supervisão da AIEA.
Posteriormente, o urânio enriquecido seria levado para o Irã e utilizado para o funcionamento dos reatores nucleares iranianos, que Teerã está construindo com ajuda da Rússia.
Desta forma, o Irã não perderia sua autonomia no momento de produzir combustível nuclear, e a comunidade internacional poderia ter certeza que nenhum material nuclear iraniano é desviado para fins militares.
No entanto, Teerã insiste em que Rússia permita o acesso de seus analistas ao processo de enriquecimento de urânio, e que parte do mesmo aconteça em território iraniano.
Além disso, reivindica que a Rússia atraia um terceiro país (China ou Índia) para este projeto conjunto, cujo objetivo é evitar as sanções e as suspeitas de proliferação.
Segundo "Último segundo"
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