Esquerda mantém o Chile

Depois de anos de tirânicas e sanguinárias ditaduras fascistas, apoiadas por Washington, a última década viu regimes progressistas instaladas na América Latina, enquanto o povo toma as rédeas de poder nas suas mãos. Ontem, o Chile elegeu a primeira mulher para a Presidência – Michelle Bachelet, que continuará as políticas do centro-esquerda praticadas desde o retorno da democracia em 1990 e continuadas pelo seu antecessor, Ricardo Lagos Escobar.

Com cerca de 53,5% do voto, Michelle Bachelet, 54, venceu o candidato da direita, Sebastian Pinera, tornando-se a primeira mulher a residir em La Moneda, depois de fazer uma campanha em que prometeu criar mais emprego e realçar o papel da mulher e dos cidadãos indígenas na sociedade chilena. De estudante de medicina a política

Michelle Bachelet era estudante de medicina na altura do golpe de estado de General Pinochet, apoiado por Washington, que instalou um regime assassino (1973-1990), durante o qual seu pai, o Brigadeiro-General Alberto Bachelet, foi torturado até a morte (1975). Depois de terem sido detidas no campo de concentração de Villa Grimaldi, Michelle e a sua mãe, a activista socialista Ângela Jeria, exilaram-se na Austrália e Alemanha, onde Michelle continuou com os seus estudos, antes de voltaram ao Chile em 1979. Michelle licenciou-se em 1982

Carreira política

Depois de se alistar na Juventude Socialista, a carreira política da Michelle Bachelet começou com o retorno da democracia em 1990 e em 1994, tornou-se assessora do Ministro de Saúde, antes de ir aos EUA fazer um mestrado em Estratégia Militar. De volta ao Chile, foi nomeada assessora do Ministro de Defesa e em 1999, directora da campanha presidencial de Ricardo Lagos.

Foi Ministra de Saúde desde 2000 a 2002, quando foi nomeada Ministra de Defesa.

Depois de tomar posse em Março, Michelle Bachelet comprometeu-se a seguir um programa de redistribuição de riqueza e efectuar alterações ao sistema eleitoral, tornando-o mais directo. Contudo, o teste será no Senado e na Camada dos Deputados, onde a direita política mantém posições de poder, pelo menos por agora.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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