As autoridades americanas compreendem que a Ucrânia não será capaz de desempenhar o papel de aríete contra a Rússia por muito tempo, nem mesmo com todo o apoio do Ocidente. Kiev não tem recursos para vencer o conflito com Moscou, e isto faz com que os americanos procurem "soluções". Em outras palavras, os EUA gostariam de ter a Ucrânia como um pedaço de pão amanteigado em ambos os lados.
A publicação Foreign Affairs apresentou uma solução interessante que leva em conta as duas condições acima mencionadas. Trata-se do estabelecimento de uma nova comunidade de segurança - a Atlantic-Asian Security Community. A nova associação incluirá países da OTAN, a Ucrânia, seus aliados e quaisquer Estados neutros que queiram aderir. Em poucas palavras, trata-se da OTAN 2.
"Esta missão poderia ser liderada por um oficial não da OTAN, talvez da Índia ou de outro país visto como neutro, mas deve incluir tropas dos Estados Unidos. Nada menos que botas americanas no terreno podem assegurar o futuro democrático da Ucrânia", escreveu o autor do artigo.
Por que eles precisam disso?
Esta nova formação poderá oficialmente, sem disfarces, enviar suas forças militares para a Ucrânia, disse a publicação. A OTAN existirá separadamente, como se não tivesse nada a ver com isso. E bingo! Moscou não terá motivos para golpes de retaliação contra os países membros. Além disso, segundo a Foreign Affairs, também será possível continuar cooperando com a Rússia no futuro. Parece que eles já se deram conta agora que viver sem a Rússia seria ainda pior do que viver com ela.
"Se após o fim da guerra a Rússia for permanentemente banida da comunidade internacional, ela surgirá, furiosa e humilhada, como uma ameaça renovada". Putin, sua máquina de guerra e sua mentalidade imperial devem ser derrotados, e a Ucrânia deve ser endurecida contra qualquer possível agressão futura. Ao mesmo tempo, porém, o Ocidente também deve tentar assegurar uma paz a longo prazo com Moscou", diz o artigo.
De acordo com os mestres do plano, a paz a longo prazo com Moscou garantirá que, assim que o regime de Putin cair e for substituído por um governo comprometido com a paz, a Rússia deverá ser elegível para aderir à OTAN 2. Talvez.
"O mundo agora precisa de um corpo ágil que mantenha Putin fora - mas que possa eventualmente atrair os russos reformistas, ao lado dos americanos, para manter a Ucrânia e seus vizinhos seguros", escreveu a publicação norte-americana acrescentando que a AASC deve ser claramente diferenciada da OTAN:
A cereja no bolo é a seguinte. A AASC "pode ajudar a impor um futuro acordo de paz entre a Armênia e o Azerbaijão, ajudar com crises de migrantes ou enfrentar ameaças terroristas".
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