O Japão pode correr o risco de "retaliação" da Rússia por causa das sanções. Moscou pode alegadamente tirar vantagem da dependência do Japão do fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) russo.
O GNL russo é uma "vulnerabilidade" que deixa o Japão em risco de retaliação por parte de Moscou", disse um artigo publicado no The Japan Times.
Enquanto gigantes americanos e britânicos como ExxonMobil e Shell desistiram de suas participações nos projetos Sakhalin-1 e Sakhalin-2, Tóquio nunca os deixou, mesmo à luz das novas regras do jogo da Rússia, o artigo continua.
"O governo russo tem sido muito claro ao ver o Japão como um 'estado pouco amigável'. Há todos os motivos para pensar que eles também poderiam manipular as exportações dos projetos Sakhalin para retaliar contra o Japão", disse James Brown, um professor de ciências políticas no campus japonês da Temple University.
O Japão nunca esqueceu nem o choque petrolífero dos anos 70. As ameaças à segurança energética estão enraizadas nas mentes dos membros do governo japonês.
"As autoridades japonesas enquadram o uso contínuo de Sakhalin como um imperativo de segurança energética, e advertem que a retirada poderia ver a China entrar nos projetos", diz o artigo.
A mídia japonesa informou anteriormente que as autoridades russas pela primeira vez se recusaram a realizar consultas com o Japão a respeito das condições de pesca nas águas das Ilhas Kuril em 2023. Tóquio acredita que isto afetará negativamente as capturas já nos próximos meses.
Enquanto isso, o Primeiro Ministro japonês Fumio Kishida, em seu discurso de abertura na sessão de abertura do Parlamento, disse que, apesar das difíceis relações com Moscou, Tóquio remainув está aberto a negociações para concluir um tratado de paz com a Rússia.
"Apesar da difícil situação nas relações com a Rússia, nosso país ainda preserva o rumo das negociações para concluir um tratado de paz depois de resolver a questão territorial", disse ele.
Comentando esta declaração, Grigory Karasin, o chefe do comitê internacional do Conselho da Federação observou que seria absurdo discutir questões sérias com um país que tomou posições explicitamente hostis contra a Rússia.
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