Israel reforçou hoje sua presença militar em Hebrón e reprimiu as pessoas que protestaram contra a inclusão de locais sagrados na lista de patrimônio judeu, enquanto líderes palestinos consideraram inviáveis as negociações de paz.
Fuerzas militares israelenses patrulharam com veículos blindados as ruas de Hebrón, levantaram barricadas com blocos de concreto e impediram a circulação de centenas de palestinos que defendeam com pedras e paus a integridade do território ocupado da Cisjordânia.
Os protestos começaram na segunda-feira pasada, mas ganharam hoje uma dimensão especial por coincidir com o 16o aniversário do ataque do colono judeu de origem estadunidense Baruch Goldstein contra musulmanos que rezavam numa mesquita em Hebrón, fazendo 29 mortos.
Sem embargo, o motivo principal da insubordinação palestina é protestar contra a decisão do primeiro-ministro israelense Benjamín Netanyahu de acrescentar a Cova dos Patriarcas e a Tumba de Raquel à lista de 150 lugares arqueológicos e históricos que serão remodelados.
A mencionada cova, onde descansam há mais de três mil 500 anos os restos dos pais do povo judeu (Abraham, Isaac e Jacobo) e suas matriarcas (Sarah, Rebeca e Leah), é conhecida pelos musulmanos como a Mesquita de Ibrahim, em Hebrón.
Igualmente venerada por judeus, cristãos e islamistas é a Tumba de Raquel (Mesquita de Bilal Bin Rabah, para os islamistas) em Belém.
Ambas as cidades cisjordanas se localizam dentro das fronteiras de 1967 (quando se produziu a ocupação israelense) que são consideradas como as que marcarão os límites do futuro Estado palestino independente, daí a reação de numerosos dirigentes nesta urbe de Ramalah.
Enquanto prossegue a tensão em Hebrón, onde fecharam as escolas, são levantadas pequenas barricadas pelos palestinos e são constantes as fumaças por bombas de gás lacrimogêneo, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) lançou uma clara mensagem a Israel.
"A ala extremista de direita no gobierno de Israel está envenenando o clima (das conversações de paz) e trabalhando para destruir qualquer passo sério que busque relançar o processo de paz", assinalou o secretário geral da OLP Yasser Abed Rabbo.
Rabbo sublinhou que "se Netanyahu deseja nossos lugares sagrados, ele não pode manter conversações de paz; rechaçaremos qualquer tipo de negociação, inclusive indireta".
Por sua vez, a conhecida dirigente palestina Hanan Ashrawi agregou que se convocou manifestações massiças para a sexta-feira para responder ao que chamou "decisões discriminatórias israelenses que são um ataque direto ao patrimônio palestino e aos lugares santos".
Por seu lado, o Comitê da ONU sobre o Exercício do Direito Inalienável do Povo Palestino chamou Tel Aviv a revogar essa ação que "é uma prova a mais de que o governo resolveu afiançar seu controle sobre o território palestino ocupado".
Fonte: Prensa LatinaSubscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter