O governador Jaques Wagner discutiu com o presidente da Venezuela Hugo Chávez a possibilidade de construção de uma unidade petroquímica em Camaçari, mediante parceria com a empresa baiana Braskem e a venezuelana Pequiven além de debater outras cooperações nas áreas de educação, turismo e saúde, durante conversa de duas horas na segunda-feira, dia 17, em visita a Caracas. Mas o governador, que também teve encontro com representante da Braskem na Venezuela, disse estar cedo para falar sobre investimentos, detalhes da planta e prazos para o empreendimento petroquímico.
"Foi um primeiro contato, vamos começar a trabalhar nesse sentido, pode ser um investimento que vá de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões, mas não tem algo fechado. Eu fui lá plantar a idéia com bases reais de produtos que eles não vão produzir lá e que podem produzir aqui na sinergia de duas empresas que começam a trabalhar em conjunto", disse, ao retornar ontem a Salvador.
Cúpula Na cúpula Brasil-Venezuela, que acontecerá no próximo 26 de maio em Salvador, com a presença dos presidentes Lula e Chávez, pode ser assinado um primeiro protocolo de intenção para a implantação da petroquímica na Bahia. Para o evento, será preparada uma declaração de Estados-Irmãos Bahia e Aragua (um Estado industrial venezuelano).
"Nosso objetivo é intensificar essa aproximação", frisou. Ao ser lembrado sobre as recentes frustradas negociações entre a Petrobras e PDVSA (estatal da Venezuela) para a construção de refinaria em Pernambuco em razão de exigências do país andino sobre a comercialização discordante dos interesses da empresa pública brasileira , o governador disse que "não tem nada a ver". "O trabalho da refinaria lá levou três anos, depois que começou agora estão tentando superar o problema. A vida é assim, não é simples", ressaltou.
Wagner defendeu, ainda, a entrada da Venezuela no Mercosul, para fortalecer o bloco. O governador, observando que Chávez sofre muito preconceito, evitou críticas à política do presidente venezuelano, que anunciou no último domingo ordem às Forças Armadas para a recuperação dos portos e aeroportos de Estados governados pela oposição. "Eu não vejo nenhum problema. Existe uma lei que determinou que alguns portos e aeroportos fossem para a esfera federal. Eles têm uma democracia, um Congresso aberto, uma imprensa, não me cabe comentar se a lei é boa ou ruim. Há uma briga política lá muito forte na qual não quero me meter, fui em busca de parcerias comerciais, culturais e turísticas", considerou.
Ainda como saldo da viagem, o governador comemorou interesse demonstrado por Chávezpelo estabelecimento de vôos diretos entre Caracas e Salvador. "Ele determinou ao dirigente da empresa aérea do país encaminhar a questão, uma boa perspectiva para o desenvolvimento do turismo entre os dois países".
No que se refere à educação, o governo do Estado, segundo Wagner, foi buscar na Venezuela metodologia usada para alfabetização, que fez a Unesco declarar o país como livre do analfabetismo. "Eles já têm uma versão em português e eu já determinei ao secretário de Educação que faça um piloto para começarmos a aplicar logo", relatou. Quanto a parcerias na área cultural, o governador destacou visita a projeto no país que envolve 300 mil jovens no aprendizado de música. "É possível que parte da orquestra da juventude de lá venha tocar aqui com a nossa, do projeto Neojibá (desenvolvido pelo Estado) no Teatro Castro Alves durante a cúpula", adiantou.
Texto: Lília de Souza, do A TARDE
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