Após um debate de 14 horas, a Câmara Baixa do Parlamento da Argentina aprovou a nacionalização dos fundos de previdência privados. O projeto de lei foi aprovado por 160 votos a favor e 75 contra, e agora deve ser sancionado ou não pelo Senado, que o votará em 20 de novembro.
O encarregado de abrir o debate foi o titular da comissão de Previdência Social, o governista Juan Díaz Roig, que defendeu a iniciativa governamental e classificou de "solidário" o sistema estatal.
O deputado Oscar Aguai, presidente do bloco da opositora União Cívica Radical (segunda força parlamentar), disse que os legisladores não tiveram tempo suficiente para analisar o projeto, que começou a ser debatido no mês passado em comissões parlamentares.
Porém, o titular da bancada peronista, Agustín Rossi, se mostrou satisfeito por ter "conciliado posições com blocos que não são alinhados" ao Governo e já anteciparam que votarão a favor do projeto, que afeta os cerca de US$ 30 bilhões dos fundos das Administradoras de Fundos de Aposentadoria e Pensão( AFJP). Os fundos de pensões, que contam com 9,5 milhões de filiados, estão nas mãos de bancos e seguradoras de capital argentino, espanhol, holandês e americano.
As AFJP têm 55% de seus investimentos em bônus soberanos e outros 14% em ações de empresas, entre elas 14 que fazem parte do Merval, principal índice da Bolsa de Valores de Buenos Aires.
As administradoras foram obrigadas nesta semana a repatriar investimentos de US$ 600 milhões nos demais países do Mercosul (Brasil, Paraguai e Uruguai), a maior parte deles no mercado de capitais brasileiros, segundo a agência Efe.
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