O departamento da Bolívia de Santa Cruz, administrado pela oposição, realiza este domingo um referendo para decidir sobre a ampliação dos poderes regionais ao retirar atribuições do governo central. O chamado estatuto autonômico é uma resposta ao projeto de nova Constituição aprovado no final do ano passado sem a presença da oposição.
O texto, elaborado por um comitê ligado ao governador Rubén Costas, prevê que o departamento (equivalente boliviano a um Estado) seja o único responsável pela política de terras, de educação, tributária, de transportes, entre outras áreas hoje sob o controle de La Paz.
Santa Cruz tem 370 mil km2 (um pouco maior do que o Mato Grosso do Sul) e uma população de 2,6 milhões (26% do total). Com cerca de 30% do PIB nacional, é o departamento mais rico, sobretudo devido à atividade agroindustrial. Um dos principais produtos é a soja, cuja produção conta com uma ampla presença de produtores brasileiros.
Todo o processo é considerado ilegal pelo governo Morales, que acusa a elite cruzenha de querer impedir a redistribuição de terras e de fomentar a divisão territorial do país.
Para vários analistas políticos do país, como Jimena Costa, o estatuto econômico é impossível de ser implementado, mas pressionará o governo Morales a negociar com a oposição uma saída para a crise política gerada pelos impasses na Assembléia Constituinte.
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