Na Sévia será realizado o segundo turno das eleições presidenciais . No primeiro, realizado este domingo (20) Tomislav Nikolic do Partido Sérvio Radical, pró-russo, obteve 39,6 % dos votos. Logo atrás, em segundo, ficou o liberal pró-Ocidente Boris Tadic, com 35,5% segundo os dados do Centro para as Eleições Livres e a Democracia (Cesid).
Em números absolutos, foram mais de 3,9 milhões dos 6,7 milhões de cidadãos com direito a voto, incluindo mais de 100 mil nas regiões do Kosovo controladas pelos sérvios. Os albaneses do Kosovo boicotam as eleições sérvias desde o início dos anos 1990. Foi o maior comparecimento às urnas desde 2000, quando Milosevic perdeu o poder, e mais do que em 2004, quando Nikolic superou Tadic no primeiro turno, mas perdeu no segundo.
Na Sérvia, o cargo de presidente tem pouco poder, mas a votação foi vista como uma espécie de referendo sobre os laços com a União Européia (UE) e a demanda por mais independência da província de Kosovo, no sul do país, apoiada pelo Ocidente. A Sérvia está mais uma vez numa encruzilhada histórica, disse em editorial o jornal Danas, um dos principais do país. Estamos escolhendo entre dois caminhos que não têm nada em comum.
Eu não saberia em quem apostar agora, diz o pesquisador Marko Blagojevic, do Cesid. Ele diz que Nikolic e Tadic prometeram resolver as questões mais importantes para a população: qualidade de vida, salário e emprego.Ambos prometem uma vida melhor. Mas, os meios que eles pretendem usar são diferentes, conta.
Nikolic amenizou é firme na questão de Kosovo e acredita que a Sérvia precisa se equilibrar entre Oriente e Ocidente, atuando como parceira da Rússia e da UE e obtendo o máximo de benefícios dos dois lados.
Tadic também rejeita a separação de Kosovo, mas quer melhorar as relações com o Ocidente e garantir o ingresso na UE, apesar do apoio do bloco às ambições separatistas da província. A aproximação com a UE torna a Sérvia mais forte, disse ele no mês passado. Só uma Sérvia forte pode proteger seus interesses em Kosovo. Abrir mão do caminho europeu é abrir mão de Kosovo.
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