Americanos mal não abriram o fogo contra iranianos

Apenas alguns dias da viagem do presidente George W . Bush no Oriente Médio, um incidente perigoso ocorreu entre embarcações da Guarda Revolucionária iraniana e navios da Marinha americana no estreito de Ormuz, na entrada do golfo Pérsico. Ambas partes o confirmaram.

No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Ali Hosseini, minimizou o "incidente" ao classificá-lo como "normal" e afirmar que o mesmo "foi superado imediatamente", segundo a televisão iraniana Alalam.

Fontes do Pentágono acusaram as embarcações iranianas de perseguir, provocar e "atuar de forma agressiva" contra três navios da Marinha dos Estados Unidos em Ormuz, estreito com importância estratégica para a navegação no golfo Pérsico.

De acordo com o Pentágono, os guardas que estavam nas embarcações disseram via rádio aos tripulantes americanos: "Estamos indo até vocês e os explodiremos em alguns minutos", segundo AFP.

Os americanos afirmaram que os navios iranianos se retiraram quando as embarcações americanas se preparavam "para abrir fogo em legítima defesa".

O porta-voz iraniano não deu outros detalhes sobre o episódio, mas ressaltou que "o incidente ocorreu na noite de sábado", e que "é algo rotineiro que ocorreu outras vezes no passado e foi superado de forma imediata".

Influência

O incidente foi revelado na véspera da viagem à região do presidente americano, George W. Bush, uma viagem cuja primeira motivação --junto com a resolução do conflito israelense-palestino-- é afirmar a mobilização americana no golfo para conter o Irã, segundo Efe. 

As autoridades iranianas, lideradas pelo presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, reiteraram várias vezes sua oposição à presença militar americana na região, por considerar que "a segurança da zona deve ser responsabilidade de seus próprios países".

O chefe de Estado iraniano propôs em dezembro às nações árabes vizinhas ao Irã um acordo de cooperação econômica e em matéria de segurança, com o objetivo de "impedir a interferência estrangeira" na região, em referência aos EUA.

O governante iraniano anunciou a proposta durante a cúpula anual do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), realizada em dezembro no Qatar, da qual participou como convidado.

O grupo é formado por Arábia Saudita, Kuait, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Omã, todos vizinhos do Irã e aliados dos EUA. Alguns deles inclusive possuem bases militares americanas.

O Irã, acusado por Washington de tentar desenvolver um programa nuclear militar e de apoiar a insurgência no Iraque, criticou a viagem de Bush pelo Oriente Médio e pelo golfo Pérsico, e insinuou que seu propósito é "proteger os interesses da entidade sionista (Israel)".

Além de Israel e Cisjordânia, o presidente dos Estados Unidos deve visitar entre 9 e 16 deste mês Kuait, Barein, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito, para discutir o processo de paz no Oriente Médio e o programa nuclear iraniano.

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