A Polónia e a Roménia negaram hoje um relatório do Conselho da Europa que acusou os dois países de terem tido prisões secretas da CIA norte-americana entre 2003 e 2005, no quadro do combate ao terrorismo, informa a Lusa.
«Reafirmo que nunca houve prisões secretas» da CIA, declarou o porta-voz do chefe da diplomacia de Varsóvia, enquanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros romeno lamentou a «falta de provas - do relatório em causa - para sustentar as alegações».
O documento menciona «fontes não identificadas, cuja credibilidade não pode ser confirmada», recrimina um comunicado da diplomacia de Bucareste.
O porta-voz polaco Robert Szaniawski também fez referência à «falta de provas», deplorando a denúncia pública do seu país pelo Conselho da Europa.
Em Bucareste, o Ministério dos Negócios Estrangeiros garantiu estar à disposição para cooperar com a organização sedeada em Estrasburgo com o objectivo de esclarecer, de uma vez por todas, a delicada questão.
O antigo presidente polaco, Alexander Kwasniewski, que esteve no poder até Dezembro de 2005, desmentiu formalmente o texto apresentado hoje pelo senador suíço Dick Marty, relator especial do Conselho da Europa.
Falando à televisão TVP3, Kwasniewski admitiu haver uma «estreita cooperação política e militar» com Washington, inclusive ao nível dos serviços secretos, mas insurgiu-se contra a alegação de ter havido prisões secretas da CIA no seu país.
«Eu teria sabido e aprovado», o que nunca aconteceu, insistiu o antigo chefe de estado polaco.
Dick Marty, neste segundo relatório do Conselho da Europa, diz expressamente de Kwasniewski «teve conhecimento e aprovou» o envolvimento directo da Polónia nas prisões secretas da CIA.
O senador suíço foi mais longe, indicando que o presumível cérebro dos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, Khalid Sheikh Mohammed, foi transportado na maior incógnita num voo da CIA de Cabul para Szymany (Polónia).
Fonte Portugal Diário
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter