Hu Jintao, presidente da China, defendeu que os países em desenvolvimento participem do combate às mudanças climáticas, mas disse que cabe aos países industrializados tomar a iniciativa, afirmou a agência de notícias Xinhua na sexta-feira.
Hu deu as declarações na Alemanha, onde participou de encontros do G8 e de uma reunião com Brasil, Índia, México e África do Sul, países convidados para o evento.
Durante a cúpula, os líderes dos principais países industrializados do mundo concordaram em implementar "cortes substanciais" na emissão de gases do efeito estufa e trabalhar com a Organização das Nações Unidas (ONU) para selar um novo acordo de combate ao aquecimento até 2009. Não foram, no entanto, estipuladas metas específicas.
"Considerando tanto a responsabilidade histórica quanto a capacidade atual, os países desenvolvidos deveriam tomar a iniciativa nos cortes da emissão de carbono e deveriam ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar e a se adaptar às mudanças climáticas", disse Hu.
"Para os países em desenvolvimento, obter crescimento econômico e melhorar a vida de suas populações são as principais prioridades", defendeu Hu, segundo a Xinhua.
"Ao mesmo tempo, também precisamos nos esforçar ao máximo para conseguir um desenvolvimento sustentável que esteja de acordo com nossas condições nacionais."
A China, segundo maior poluente do mundo depois dos EUA, depara-se com pressões cada vez maiores para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, mas vem resistindo a acatar metas específicas.
O país afirma que sacrificar as ambições econômicas às exigências da comunidade internacional prejudicará o crescimento dos países pobres e trará mais danos do que as mudanças climáticas.
O chefe da Agência Meteorológica da China veio a público na sexta-feira para dizer que os países ricos nunca foram tolhidos por restrições quanto aos gases do efeito estufa enquanto se desenvolviam.
"A China e a Índia em particular, além de outros países em desenvolvimento, estão se desenvolvendo muito rapidamente, e os países desenvolvidos poderiam usar as mudanças climáticas para dificultar o crescimento desses países", disse Zheng Guoguang, em um fórum online.
Mas o país asiático anunciou nesta semana seu primeiro plano nacional de combate ao aquecimento do planeta.
O plano chinês promete enfrentar as mudanças climáticas por meio de medidas para gastar menos energia, adaptar técnicas agrícolas e ampliar as áreas de floresta.
Fonte Reuters
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