A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse nesta quinta-feira, antes de uma visita a Moscou, que estava incomodada pela concentração de poder no Kremlin e disse que as relações entre EUA e Rússia atravessavam um "período difícil".
"Como qualquer relacionamento, é complicado", disse Rice, que viajará para território russo no domingo, a um comitê do Senado sobre operações externas.
Os EUA têm impasse com a Rússia sobre vários assuntos, incluindo planos dos EUA para um sistema de defesa anti-mísseis na Europa, o qual Moscou afirma que remete ao período da Guerra Fria. Além disso, há contradições sobre o futuro de Kosovo e sobre direitos humanos.
Washington irritou a Rússia e alguns aliados europeus com seu plano de colocar dez interceptadores na Polônia e um radar na República Tcheca a partir de 2012 para ajudar a proteger a Europa de possíveis ataques de nações como o Irã.
Rice não tocou no tema do escudo anti-míssil, mas criticou Moscou pelo retrocesso em reformas internas no país.
"Todos no mundo, na Europa e nos Estados Unidos, estão muito preocupados sobre o curso interno que a Rússia tomou em anos recentes", disse Rice, referindo-se ao enfraquecimento da imprensa e outras reformas.
"A concentração de poder no Kremlin tem sido problemática", acrescentou a secretária de Estado.
"Nós temos que convencer os russos de que o surgimento de democracias em suas fronteiras, seja na Georgia ou na Ucrânia, não seria um problema e que, claro, nós teremos excelentes relações com aqueles países e continuaremos a ter", disse Rice ao comitê.
Muitos russos manifestaram suspeitas de que os esforços dos EUA de espalhar a democracia nesses países comunistas esconderiam uma tentativa de ampliar sua tradicional esfera de influência.
Nos últimos meses, o presidente Vladimir putin tem usado uma linguagem cada vez mais crítica em relação ao governo Bush e, em 10 de fevereiro em Munique, o líder russo acusou os EUA de tentar impor sua vontade ao mundo.
Entretando, Rice disse que as duas potências estavam cooperando bem sobre o Irã e a Coréia do Norte na tentativa de frear os programas nucleares destes países através de uma ação conjunta na ONU.
Fonte Reuters
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