Cuba pede que um representante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhe a próxima audiência oral dos processos dos cinco cubanos detidos nos Estados Unidos da América.
APOYA LA ORDEN DE LOS ABOGADOS DE BRASIL LA CAUSA DE NUESTROS CINCO LUCHADORES ANTITERRORISTAS:
Brasília, 10/04/2007 O embaixador de Cuba, Pedro Nuñez Mosquera, e o advogado Roberto Gonzalez que acompanha o processo relativo às prisões de cinco cidadãos cubanos detidos nos Estados Unidos, conhecidos em Cuba como "Os Cinco Heróis" pediram hoje (10) que um representante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhe a próxima audiência oral dos processos dos cinco cubanos. A audiência da Corte de Apelações será realizada no dia 20 de agosto em Atlanta, nos Estados Unidos.
O pedido foi feito em audiência na sede da OAB, da qual participaram o embaixador cubano, o vice-presidente da OAB Nacional, Vladimir Rossi, e o presidente da Comissão de Relações Internacionais e ex-presidente nacional da OAB, Roberto Busato. A participação da OAB na audiência será estudada pela diretoria da entidade.
Na reunião, o advogado Roberto Gonzalez, que é irmão de um dos presos, Fernando Gonzalez, relatou aos representantes da OAB detalhes sobre a tramitação dos processos, as condições das prisões e apresentou como o maior dos problemas a proibição de contato freqüente entre os presos e suas famílias. Parte dos cinco jovens cubanos Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González não vê as esposas desde a data da prisão. Entre as justificativas que têm sido apresentadas pela Justiça norte-americana para a proibição das visitas está a de que a presença das esposas naquele País representa perigo à segurança nacional.
Os cinco cubanos estão detidos sob a acusação de conspiração contra os Estados Unidos e de terem atuado como espiões, tendo transmitido ao governo cubano informações sobre a defesa dos Estados Unidos. Em Cuba, os cinco jovens são tidos como heróis por terem se dedicado à luta contra o terrorismo em Miami, principal centro de agressões e atentados contra Cuba. Também participou da reunião a sede da OAB, em Brasília, o conselheiro do Instituto de Relações Internacionais de Cuba, Sergio Martinez.
Ainda no encontro, Roberto Busato afirmou que levará a análise do caso também à apreciação da União Iberoamericana de Colégios de Advogados (UIBA), entidade da qual é vice-presidente. A próxima reunião da entidade será realizada de 3 a 6 de maio em Santo Domingo, na República Dominicana.
A OAB se manifestou oficialmente sobre as prisões dos cinco cubanos no ano passado, quando sustentou o cumprimento da recomendação feita pelo Grupo de Detenção Arbitrária da ONU, que condenou - por meio da Opinião nº 19, de 2005 - o posicionamento dos Estados Unidos em relação à detenção, entendendo que o país violou o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da Organização (do qual os Estados Unidos são signatários) e não ofereceu aos cubanos julgamento justo. Diante disso, o Grupo da ONU determinou às autoridades norte-americanas que tomassem providências para a libertação imediata dos cubanos, o que não aconteceu.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter