Para pensar e, repensar... III
(Da ingratidão... da Solidariedade)
Os "entre parênteses" subtítulo do nosso "Pensar e Repensar" de hoje, vem ainda em jeito de referência ao presidente da República Portuguesa e a sua representação pelo presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues nas comemorações do vigésimo aniversário do referendo e da Missão InterFET - Força Internacional para o Timor-Leste. "força multinacional de manutenção da paz das Nações Unidas, organizada e dirigida pela Austrália, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas para enfrentar a crise humanitária e de segurança que ocorreu em Timor-Leste entre 1999 e 2000 até a chegada das forças de paz da ONU.
Lembrar que, o referendo sobre a independência de Timor-Leste realizou-se a 30 de Agosto de 1.999, depois de longas negociações entre Portugal (como padrasto arrependido do abandono a que votou aquele território e o seu povo, depois do 25 de Abril, primeiro ao fratricídio e depois ao genocídio exercido pelo ocupador Indonésio). Foi a 5 de Maio do mesmo ano que assinaram o acordo para tal referendo, os respectivos chefes da diplomacia, portuguesa e indonésia Jaime Gama e Ali Alatas, e sob o patrocínio das Nações Unidas, o acordo que marcava a consulta popular naquele território.
Comemorar os 20 anos da assinatura de tal acordo, é importante. Mostra que é à mesa das negociações, que se podem chegar ao entendimento positivo em prol da paz, da liberdade e da democracia. Assim, a 30 de Agosto do ano em referência, 78% do Povo timorense vota a favor da Independência formal do seu país da sua nação da sua Mãe-Pátria "Timor Lorosae" como o conhecemos na língua tetúm.
Dos presidentes da República Portuguesa que, tenhamos conhecimento, visitaram Timor Leste desde a sua independência, foram dois, Jorge Sampaio e Cavaco Silva.
Numa data importante como a que está à porta, celebrando-se o 20 aniversário do referendo que trouxe a Liberdade ao Povo irmão de Timor, o mesmo que em Julho de 2017 enviou num gesto de solidariedade, 1,5 milhões de dólares (1,33 milhões de euros) em ajuda humanitária para apoio às vítimas dos incêndios florestais de Pedrógão Grande, Marcelo Rebelo de Sousa, aproveite a viagem de duas semanas que o presidente da AR fará à Oceânia, para encontros com os seus homólogos da Nova Zelândia e da Indonésia para delegar no mesmo, a sua representatividade. Será falta de orçamento da Presidência da República ou, será uma prebenda pelo seu desempenho político e social na Legislatura que está a terminar e, de defesa dos coitadinhos dos deputados que não ganham para o sustento da família?
Como essas viagens têm que ser de ostentação e participada por vários figurantes, regozijemo-nos com a inclusão na comitiva, da Dr.ª Berta Cabral como deputada na AR pelo círculo dos Açores. Talvez que a senhora deputada durante o roteiro turístico que naturalmente terão direito e, oferecido pela Assembleia Nacional de Timor, descubra um local que estava reservado à construção de uma Escola Profissional com o sonhado nome de "Escola Profissional Açores Timor" cuja maquete ainda se não puseram fora deve estar numa qualquer arrecadação da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Foi doloroso ouvir um não ao apoio da sua realização com a frase parecida de: "já demos muito para Timor" já lá vão quase 20 anos.
Solidariedade... ingratidão, leva-nos ou não a "Pensar e Repensar?
Quantas vezes, no silêncio da noite pensamos que não vamos falar ou escrever mais nada. Mas... quando damos por nós, e para mal dos nossos pecados, já falamos, já escrevemos.
José Ventura
2019-08-21
O autor rejeita por opção o acordo ortográfico
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