Justiça condena Estado chileno a indenizar famílias de vítimas da ditadura de Pinochet
Memorial em homenagem a vítimas da ditadura de Pinochet em Santiago, capital chilena.
Opera Mundi
Adital
A Corte Suprema do Chile condenou o Estado a indenizar as famílias de quatro desaparecidos durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). O total da indenização foi estipulado em 1 bilhão de pesos chilenos, equivalentes a 5,6 milhões de reais.
A sentença estabelece que o desaparecimento e a morte de quatro pessoas por agentes da ditadura, entre 1973 e 1974, constituem "delitos criminais de lesa humanidade, sendo, portanto, imprescritíveis e não passíveis de anistia nos aspectos penal e civil".
A Corte destaca que, "dado o contexto em que o ilícito foi verificado, com a intervenção de agentes do Estado", o Estado chileno "não pode eludir sua responsabilidade legal de reparar tal dívida".Receberão a indenização as famílias de Luis Guajardo Zamorano, que desapareceu no dia 20 de julho de 1974, vítima da Operação Colombo, que assassinou 119 opositores de Pinochet; Miguel Rojas e Gilberto Rojas, pai e filho detidos por militares chilenos, em 13 de outubro de 1973, e nunca mais vistos; e Juan de Dios Salinas Salinas, detido em 14 de setembro de 1974.
"Não cabe, senão, concluir que o dano moral causado pela conduta ilícita dos funcionários ou agentes do Estado, autores dos ilícitos de lesa humanidade em que se funda a presente ação, deve ser indenizado pelo Estado", conclui a declaração.
Segundo dados oficiais, a ditadura militar chilena deixou mais de 3.200 mortos e torturou cerca de 38 mil pessoas.
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