O Fome Zero recebeu em 2005 um total de R$ 10,6 milhões - 15% a mais do que no ano anterior. As doações em dinheiro foram feitas por pessoas físicas, empresas ou instituições da sociedade civil. Em 2004, o valor arrecadado foi de R$ 8,3 milhões, enquanto que em 2003, primeiro ano do Fome Zero, as doações em dinheiro chegaram a R$ 2,9 milhões.
Os recursos, depositados em contas correntes do Banco do Brasil e da Caixa, são destinados ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e utilizados no programa de construção de cisternas - tanques para armazenamento de água da chuva para abastecer comunidades que habitam a região do Semi-Árido durante os meses de seca prolongada.
Mas o Fome Zero não recebeu apenas dinheiro. Empresas públicas e privadas, instituições financeiras, organizações-não governamentais e até artistas sensibilizados com a causa social contribuíram de diversas formas. Os exemplos são muitos. A empresa Tetra Pak doou um milhão de litros de leite, distribuídos para populações em situação de insegurança alimentar, como acampados, quilombolas, populações de rua (catadores de material reciclado) e povos indígenas. A Receita Federal doou cerca de R$ 7 milhões em mercadorias apreendidas que estavam em seus depósitos. O músico norte-americano Lenny Kravitz doou uma guitarra, cujo valor arrecadado, R$ 232 mil, viabilizou a construção de 212 cisternas. O instrumento, doado ao Fome Zero depois da turnê que o músico realizou no Brasil, em março passado, foi leiloado pela organização não-governamental Apoio Fome Zero.
Até o final de 2005, o Fome Zero contabilizou um total de 106 parceiros certificados. Destes, 30 são empresas públicas, 44 da iniciativa privada, 19 são entidades da sociedade civil e 10 são entidades italianas. Dentre os 34 parceiros que desenvolvem ações estruturantes para a geração de trabalho e renda e de apoio ao desenvolvimento local, destacam-se o Banco do Brasil, com o Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável; a Petrobrás, que apóia ações de educação e qualificação profissional e de geração de emprego e renda; a Caixa Econômica Federal, com o programa de apoio ao artesanato com design; e o Sebrae, com a capacitação produtiva.
O Grupo Pão de Açúcar implantou o Programa Caras do Brasil enquanto a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) desenvolve produtos com a logomarca do Programa Carência Zero. Já o Banco do Nordeste do Brasil apóia pequenos empreendedores e desenvolve programas de qualificação da mão-de-obra rural. A Pastoral da Criança apóia ações de geração de trabalho e renda para famílias carentes e as Companhias Elétricas beneficiam famílias de baixa renda apoiando hortas comunitárias embaixo das linhas de transmissão.
A única pessoa física a receber o Certificado Parceiro Fome Zero é Manuel Apolônio de Carvalho, o idealizador da cisterna. Considerada uma tecnologia social de baixo custo, a cisterna tornou-se uma política pública do governo federal em 2003. Neste ano, passou a ser ação com orçamento próprio. Com investimento de R$ 173 milhões, a parceria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Articulação do Semi-Árido (ASA), que agrega 700 instituições, possibilitou a construção de 116 mil cisternas, garantindo água a 580 mil moradores de 974 municípios.
Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República
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