A convite de um grupo de organizações políticas e sociais da Argentina, uma delegação do P-SOL viajou a esse país onde, entre os dias 17 e 18 de setembro, realizou uma serie de atividades no sentido de trocar experiências e difundir nossas propostas. Com efeito, o MST (Movimento Socialista dos Trabalhadores), o Partido Comunista, o MAP (Movimento Autonomia Popular), o MPL (Movimento por um Povo Livre), -todos com representação parlamentar-, mais Cimientos (Alicerce), a LSR (Liga Socialista Revolucionaria) e os piqueteiros do Movimento Teresa Vive, organizaram um ENCONTRO ABERTO LATINOAMERICANO, cuja pauta foi: O P-SOL e a conjuntura brasileira, Venezuela: os rumos da Revolução Bolivariana e a Situação política Latino-americana .
Além da delegação brasileira, encabeçada pelo Deputado Babá, a Deputada Luciana Genro, e o integrante da Executiva Nacional da CUT e membro da direção nacional provisória do P-SOL Aguinaldo Fernandes, participaram do Encontro, delegações da Venezuela, do Peru, da Colômbia, de Chile, do Panamá, da França e da Rússia. Entre os presentes, destacavam-se várias figuras políticas e sindicais como o dirigente ferroviário Poyo Sobrero que está enfrentando uma dura luta contra a direção burocrática de sua categoria, dirigentes da saúde, dos metroviários, dos professores, estudantis e populares. Assistiram a título individual, dois parlamentares do Partido Autodeterminação e Liberdade, além de representantes de um grupo de economistas de esquerda.
Na sexta feira, dia 17, iniciou-se o Encontro com o ponto sobre o P-SOL e Brasil. O lotado mini-estadio da Federação de Box, com capacidade para 1500 pessoas, demonstrou o grande interesse que os rumos adotados pelo governo Lula e o nascimento do P-SOL, suscitou entre os presentes. Depois de ouvir com muita atenção as falas dos três expoentes brasileiros, tomaram a palavra representantes de todas as organizações presentes e alguns participantes dentre o público, para reafirmar nosso discurso crítico às traições do governo Lula e do PT e se solidarizar com a construção dessa nova ferramenta política para a população trabalhadora que é o P-SOL.
No dia sábado, foram abordados os pontos sobre Venezuela e a Situação latino-americana. Um fato destacável deste dia, foi que a reunião realizou-se no espaço cultural de uma fábrica ocupada, que produz sob controle de seus operários, a Empresa Gráfica Chilavert. Nesse dia foi a vez dos companheiros venezuelanos, integrantes da Coordenação Nacional da UNT (União Nacional dos Trabalhadores) e de OIR (Opção de Esquerda Revolucionária), nos colocar as disjuntivas que estão colocadas no processo revolucionário daquele país.
Depois da grande vitória contra as políticas do imperialismo e seus capachos locais, os esquálidos, Venezuela está frente a uma encruzilhada: ou avança em aprofundar o processo com medidas revolucionárias que ataquem os interesses dos grandes capitalistas ou corre o risco de perder as conquistas alcançadas, já que a oposição golpista está tentando retomar o controle do país, fundamentalmente no que se refere ao petróleo. Para os companheiros venezuelanos, este último perigo está colocado na medida que o Presidente Chavez está privilegiando o diálogo e a negociação com os setores reacionários e representantes do imperialismo, enquanto que eles, desde a UNT e OIR, defendem ... a ruptura com a lógica dos acordos, das concessões e do diálogo com a oligarquia. Esta política é a que permitiu que os golpistas e o imperialismo, uma e outra vez derrotados pelas massas, conseguiram sobreviver para continuar embromando à Nação. Os companheiros terminaram sua exposição convidando os presentes para participar de um Encontro Sindical que UNT está preparando para a primeira semana de dezembro em Caracas. Este foi outro importante momento do Encontro Aberto, já que teve uma longa lista de oradores, vários dos quais, destacaram a importância do papel da UNT como uma ferramenta para os trabalhadores se organizarem de forma independente para debater as políticas a propor, tanto ao governo, como ao conjunto da população e suas respetivas organizações.
Finalmente abordou-se o ponto sobre a situação Latino-americana, onde a maioria coincidiu sobre os importantes desafios que se abrem, em nosso sub-continente, para as políticas da esquerda conseqüente. O esgotamento da aplicação dos planos neoliberais e a perda de confiança nas velhas direções, que tentam contrabandear as políticas do imperialismo e do FMI, enfrentando-se com suas próprias bases, oferecem um amplo espaço para a esquerda socialista que devemos aproveitar.
As principais resoluções do Encontro Aberto Latino-americano, foram: a solidariedade com a construção do P-SOL, a participação no Encontro Sindical da UNT de dezembro em Caracas, participar do Fórum Social Mundial 2005, em POA, com uma política alternativa às políticas reformistas dos organizadores, desenvolvendo atividades e mesas de debates e procurar dar continuidade a este tipo de encontros na tentativa de avançar em definições e pontos políticos comuns para intervir na luta de classes quotidiana.
Dep. Babá
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