Mas a visita foi adiada por causa da epidemia de pneumonia asiática que matou mais de 700 pessoas e infectou outras 8.000 no mundo.
Oficialmente, a visita começará no domingo (23), mas o presidente deixará Brasília às 10h de sexta-feira (21), com chegada a Pequim prevista para as 21h30 (horário local) de sábado (22). No dia 25, o presidente seguirá para Xangai, onde permanecerá até o dia 27.
A viagem será feita não apenas porque a China é hoje a sexta maior economia do mundo e caminha para a segunda colocação, com índices de expansão econômica variando entre 9% e 10% ao ano há mais de 20 anos. Além de ampliar a balança comercial, Lula pretende consolidar a parceria com a China na sua odisséia pelo equilíbrio de forças na ordem mundial, simbolizadas pelo G-20 (grupo de países em desenvolvimento que pedem um comércio internacional mais justo), criado na rodada de Cancun da Organização Mundial do Comércio (OMC). A seu favor, o presidente brasileiro tem as coincidências entre as posições adotadas pelos dois países nos foros internacionais.
Como Lula, o presidente Hu Jintao defende na OMC a abertura dos países desenvolvidos aos produtos dos emergentes e o fim das barreiras, especialmente no setor agrícola. Os dois possuem um discurso multilateralista em que pedem o fim da hegemonia dos Estados Unidos e União Européia. Um exemplo foi o encontro do G-8 (grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia) em Evian, Suíça, em maio do ano passado: os discursos de ambos os presidentes foram muito elogiados e coincidiam no apelo pela repartição da riqueza mundial aos países mais industrializados do mundo.
Igualdades
Jintao é parceiro de Lula na campanha pela democratização da Organização das Nações Unidas e apóia a entrada do Brasil no Conselho de Segurança, do qual a China já é membro. “Estamos atuando juntos porque pensamos de maneira igual sobre a OMC e os direitos dos paises em desenvolvimento de partilharem um pouco da riqueza do mundo, além de fazer com que os nossos produtos sejam vendidos em um maior número de países”, resume Lula.
As similaridades entre Brasil e China também se vêem no paradoxo entre a riqueza produzida e realidade social da população, com profundas desigualdades. O presidente brasileiro vai levar para o colega chinês a experiência brasileira do combate à fome e pretende convidá-lo a participar dos debates em torno da criação do fundo internacional da pobreza, idealizado por Lula.
Entre os muitos resultados esperados nesta visita oficial do presidente brasileiro está a criação da comissão bilateral de alto nível, para discutir temas políticos, sociais e econômicos. “A China não tem o hábito de criar comissões desse tipo com outros países”, ressalta o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para atestar a importância política que o governo chinês dá ao Brasil.
PT
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