XAVE
OUTRA VEZ
Se eu for pensar na vida que me coube
No que tive, tudo igual
Tive o sol na pele, a tua mão na minha
e tanta coisa que me magoou
faz parte da vida que me coube
Sempre soube agradecer
Antes que acabe, que a luz se apague
Quero o que me cabe, bom ou mau
Se eu pudesse ser tudo o que fui
Outra vez, outra vez
Se fosse tempo de recomeçar
outro tiro de partida
Sei que não fugia de um só dia
Qualquer dia, qualquer hora
Faz parte da vida que me coube
Sempre soube agradecer
E quando chegar o dia de partir
Encontra-me a sorrir, encontra-me a cantar
Se eu pudesse ser tudo o que fui
Outra vez, outra vez
Antes que acabe, que a luz se apague
quero o que me cabe, bom ou mau
Se eu pudesse ser tudo o que fui
Outra vez, outra vez
Letra e Música Rodrigo Guedes de Carvalho Arranjo Ruben Alves
Voz Isabelinha Piano e Orgão Hammond Ruben Alves Bateria Carlos Miguel Baixo Miguel AmadoGuitarra Eléctrica Mário Delgado Coros Patrícia Antunes e Patrícia Silveira
VÍDEO
Realização Joana Linda Assistente de Realização Manuel Dordio Make-up Rita Fialho Cabelos Patrick Depaus Com a participação de Amadeu Loureiro, Fernanda Martins, Gonçalo Loureiro e Marta D'Orey Produção Força de Produção Distribuição Universal Music Portugal
Agradecimentos A Avó veio trabalhar
Isto não é um disco. Isto sou eu a dobrar, finalmente, um cabo que me parecia intransponível. A iniciar uma viagem que adiei o tempo de quase toda uma vida.
Não tenho memórias nítidas da infância. Sei que fui imensamente feliz mas faltam-me lugares, datas, rostos e alguns cheiros. Mas lembro-me (ah, se me lembro...) do miúdo a virar o vinil no gira-discos. A ler as letras, arriscar cantar, a fingir que a raquete de ténis era uma guitarra. Em frente ao espelho, esse miúdo jurou que seria músico. Mas a vida, como a tantos de nós, trocou-me as voltas. Desviou-me. Levou-me por outras estradas. Guardei a música numa gaveta funda dentro de mim. E de repente (garanto-vos que é de repente) passaram quase 40 anos. Até que me sentei ao piano. Como e porquê, é história longa que irei contando por aí. Sentei-me e toquei. Fechei os olhos, inventei palavras para os acordes.
E comecei, finalmente, a pagar a promessa ao miúdo em frente ao espelho. Esta reinvenção de futuro que aqui vai só foi possível porque o Ruben Alves me deu a mão. Tornou-se as minhas mãos. As que não conseguem tocar o tanto que ouço na cabeça. Mas antes disso houve o princípio do vulcão adormecido. Isabelinha. A xave que avançou sem medo para a porta que parecia fechada. A voz que procurei sempre, sem mesmo saber que a buscava. A voz que me traduz. A xave que abriu o ferrolho do sonho. Finalmente.
Rodrigo Guedes de Carvalho
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