Patrocinada pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), a publicação descreve os personagens e relata os episódios dos 82 dias - entre janeiro e abril de 1984 - que mudaram os rumos políticos do país.
TANCREDO - Estavam presentes à cerimônia o presidente da Câmara, João Paulo (PT-SP), o presidente do PSDB, José Serra, o líder Jutahy Junior (BA) e grande parte da bancada tucana no Congresso. A cerimônia contou com a presença da atriz Cristiane Torloni, do ator Milton Gonçalves, da cantora Fafá de Belém, do músico Wagner Tiso e do ex-locutor Osmar Santos.
A revista traz artigos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso , do governador Aécio Neves, de José Aníbal, Eduardo Graeff e Mário Covas Neto, entre outras personalidades do PSDB.
O autor da emenda que restabelecia a eleição direta para presidente há 20 anos, o tucano Dante de Oliveita, bastante homenageado ontem na Câmara, lembrou em entrevista à revista que o PT expulsou seus parlamentares que votaram em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. "Nós não cometemos essa infantilidade, nem esse erro político", avaliou à luz da história o ex-governador de Mato Grosso.
Rolo compressor petista aprova MP do setor elétrico
O plenário da Câmara aprovou ontem, em votação simbólica, com posicionamento contrário do PSDB, a MP 144, que altera regras de comercialização de energia elétrica, . O partido tentou, juntamente com o PFL, obstruir a votação para forçar um estudo mais aprofundado da matéria.
SEM PRAZO - O relator, deputado Fernando Ferro (PT-PE), incluiu em seu parecer modificações de última hora, mas a Presidência da Câmara não concedeu prazo de uma sessão para que os parlamentares analisassem as mudanças, conforme determina o Regimento Interno.
"Essa é a ponta do iceberg. Está emergindo a face autoritária do governo petista, que tenta controlar os agentes privados, embora não tenha coragem de estatizar o setor de energia, somente porque não possui os recursos necessários", assegurou o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP). "Hoje é um momento triste no parlamento brasileiro", disse.
"Esse modelo, ao invés de atrair investimentos vai repudiá-los. Quem diz isso não somos nós, mas aqueles que investem" alertou o deputado Custódio Mattos (MG), primeiro vice-líder tucano na Câmara, referindo-se à posição do setor empresarial, que divulgou documento condenando a medida provisória do setor elétrico. Hoje, os deputados devem votar a MP 145, que cria a Empresa de Pesquisa Energética.
"Paralisia na área energética custou 50 mil empregos"
O deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) ocupou a tribuna da Câmara para ler documento subscrito por representantes do empresariado brasileiro contra as MPs do setor energético, entre eles a Confederação Nacional da Indústria, a Federação das Indústria de São Paulo e a Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica.
MANUAL DO TRATOR - O manifesto cobra a constituição de um "ambiente de maior densidade legal e clareza regulatória", sob pena de "não estar assegurada a expansão capaz de sustentar o crescimento econômico pretendido pelo governo".
"O que está ocorrendo no setor elétrico é uma paralisia total. Mais de 50 mil empregos deixaram de ser gerados no ano de 2003", alertou o tucano. Segundo ele, o que está em jogo não é uma mera defesa do empresário brasileiro, mas dos postos de emprego.
Gomes também criticou a estratégia de divulgação construída pelo Planalto para defender as medidas provisórias. "Esse modelo já tem até a sua versão de mídia - o manual do trator. Estamos aqui diante da análise das duas MPs, que desde ontem já estava disponível nas melhores bancas", ressaltou, referindo-se à publicação elaborada pelo Ministério de Minas e Energia e distribuída no Congresso.
Leo e Cambraia pedem ajuda para o Nordeste
Os tucanos Antonio Cambraia (CE) e Leo Alcântara (CE) fizeram um apelo ao governo Lula para ajudar a região Nordeste, castigada pela chuva neste verão. "O Planalto, entretanto, ainda não está sensível ao problema. Por isso, exigimos providências para diminuir o sofrimento das pessoas atingidas pela chuva", disse Cambraia. Segundo Leo Alcântara, muitas cidades cearenses já declararam estado de calamidade pública. "Peço ao governo Lula que diminua a tristeza pela qual passam alguns cearenses".
Serpa cobra mudanças na legislação trabalhista
O deputado Itamar Serpa (PSDB-RJ) criticou ontem o Planalto pela hesitação em realizar a reforma trabalhista. "Depois de perder, com a reforma tributária, a chance de gerar parte dos 10 milhões de empregos prometidos, o governo Lula adia para 2005 as mudanças na CLT, para não comprometer o calendário eleitoral", avaliou o tucano. Ele afirma ser necessário alterar a legislação trabalhista a fim de adequá-la às novas modalidades de emprego que não existiam na Era Vargas, quando a CLT foi elaborada. "Será que os 13% de brasileiros desempregados e os 60% de trabalhadores na informalidade podem esperar mais um ano?", perguntou Serpa.
Serra e Madeira destacam papel das Diretas-já no país
O presidente do PSDB, José Serra, participou ontem da homenagem do partido aos 20 anos das Diretas-Já. Ele elogiou a iniciativa do Instituto Teotônio Vilela em publicar revista comemorativa e destacou os progressos do país desde 1984.
AVANÇOS - "De lá para cá, muita água passou. Apesar das dificuldades, o país progrediu muito. A democracia foi consolidada a partir do governo FHC e houve grandes avanços nos indicadores sociais. Agora temos de somar esforços para gerar empregos e promover o desenvolvimento do país", afirmou.
Sobre a campanha pela redemocratização, Serra apontou o comício realizado na praça da Sé em 25 de janeiro de 1984 como ponto de partida para a maior seqüência de grandes manifestações populares ocorridas no Brasil. "O movimento pelas Diretas-Já foi uma combinação rara entre ousadia, coragem e percepção daqueles que acreditaram que as manifestações poderiam congregar todas as esperanças populares", avaliou. Para o presidente do ITV, deputado Sebastião Madeira (MA), a redemocratização só foi possível graças à coragem e vontade do povo brasileiro. O tucano destacou o papel do instituto no resgate à memória do país. "O ITV cumpre mais uma vez sua missão de registrar os momentos mágicos da história brasileira", ratificou.
Parlamentares do PSDB elogiam iniciativa do ITV
O líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Junior (BA), manifestou orgulho em participar da celebração dos 20 anos das Diretas-Já promovida ontem pelo Instituto Teotônio Vilela. O tucano considerou bastante positiva a iniciativa de reunir figuras representativas do movimento que pôs fim ao regime militar.
LUTA - "É sempre importante relembrar os momentos de luta popular pela democracia. Estão aqui hoje personalidades e representantes de figuras que já se foram, como Mário Covas e Franco Montoro", disse. Vice-líder do PSDB no Senado, o tucano Leonel Pavan (SC) recordou sua participação no movimento das Diretas-Já como líder estudantil. Para o tucano José Aníbal, a pressão popular pela aprovação da emenda Dante de Oliveira foi determinante para a volta das eleições diretas à Presidência da República. "Foi graças à vontade de milhões de brasileiros que as forças políticas se ordenaram e o Congresso pode vibrar com o fim da ditadura", disse.
Já o primeiro vice-líder do partido na Câmara, deputado Custódio Mattos (MG), afirmou que a mobilização das massas ocorrida 20 anos atrás serve de exemplo para as futuras gerações. "Nós do PSDB acreditamos que a democracia deva ser cultivada e aperfeiçoada. A celebração é uma forma de lembrar a força popular e os valores democráticos", disse Custódio. Opinião compartilhada pelo secretário-geral do PSDB, deputado Bismarck Maia (CE), e pelo presidente da legenda em São Paulo, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP).
Fogo Amigo
"Eu não sou o único. Quase todos os ministros reclamam de isolamento. É como se a esperança estivesse prisioneira. A quantidade de propostas que eu tentei executar sem conseguir..."
- Ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque (PT-DF), reclamando da distância entre o núcleo central do governo e os ministérios e da falta de apoio para concretizar os projetos.
Eu sei o que vocês prometeram na eleição passada
"Nosso governo vai montar um sistema combinado de crédito, políticas industriais e tributárias."
- Trecho do programa de governo do PT. No entanto, o governo Lula, em seu primeiro ano, comprimiu o saldo médio do crédito para o setor privado a níveis inferiores aos do início do Plano Real. Se comparado com o primeiro mandato de FHC a queda foi de 18,3%. O saldo médio do crédito para a indústria é R$ 20,4 bilhões menor que o atingido no governo tucano.
Herança Bendita
O número absoluto médio de indigentes que, em 1990-1994, era de cerca de 30 milhões, caiu para 23 milhões, em média, no período 1995-2000. Neste último período, mesmo com população de 163 milhões, o número absoluto de indigentes foi menor que no início da década de 80, quando éramos 125 milhões de habitantes em média.
Números
R$ 58 milhões
É a estimativa de aumento dos gastos anuais do governo com os novos 2.797 cargos em comissão criados por medida provisória pelo presidente Lula.
R$ 26,4 bilhões
Foi o tamanho do rombo nas contas da Previdência Social em 2003. O déficit recorde representa 1,7% do PIB e é quase R$ 10 bilhões maior que o do último ano do governo tucano.
9,23%
É a estimativa de reajuste médio do preço do frete em fevereiro, de acordo com a Associação Nacional de Transporte de Cargas. Segundo a entidade, o aumento deverá ocorrer a fim de compensar as perdas do setor provocada pela nova Cofins.
19,9%
Foi o índice de desemprego no primeiro ano do governo Lula na região metropolitana de São Paulo, de acordo com o Dieese. É o nível mais elevado desde 1985, quando a pesquisa começou a ser feita.
1,909 milhão
É a diferença entre o número de pessoas que, segundo o Dieese, estiveram desocupadas em São Paulo durante o ano passado (1,944 milhões) e os postos de trabalho abertos no mesmo período (apenas 35 mil). O abismo ilustra a falência do modelo petista de combate ao desemprego, em especial na capital paulista, administrada pelo PT.
PSDB
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