De uma coisa os petistas - radicais ou não - não podem se queixar no dia-a-dia do Governo Lula: não ha rotina, ninguém pode reclamar de marasmo ou daquele silêncio ensurdecedor que geralmente toma conta de repartições públicas que não trabalham.
Uma leitura dinâmica nos jornais, em todos eles, facilmente vai conduzir o leitor a esse raciocínio. Em um deles, o Ministro Waldir Pires declara que acha melhor a Ministra Benedita devolver o dinheiro pago pelas orações na Argentina. Benedita diz que não, ela ajoelhou o Governo tem que pagar. Caracterizado ai a discordância religiosa. Num outro jornal, o Ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, diz que a palavra final sobre a política do Brasil quanto a Alca é dele, e não dos Ministros Furlan e Roberto Rodrigues. Caracterizado ai a discordância diplomática.
Em outro, o Presidente Lula concorda com a decisão da ONU de fazer uma inspeção no Judiciário brasileiro. O Presidente do Supremo, Maurício Correa, não concorda, e afirma que Lula está com má vontade com o poder judiciário. Caracterizado ai a discordância jurídica.
Numa coisa o governo é unânime: fala muito e não produz nada.
Lula dizia "eu faço e aconteço". Não fez, nem aconteceu
O jornalista Merval Pereira, de O Globo, abre sua coluna na edição de hoje da seguinte forma: "se ganharmos a eleição, tenho a certeza de que parte da corrupção irá desaparecer já no primeiro semestre", garantiu o candidato Lula em julho do ano passado.
Em 2000, ele escrevera: "nós, do PT, temos políticas concretas de combate à corrupção. Em praticamente todos os municípios e estados em que o nosso partido chega ao governo, a arrecadação aumenta e os cofres públicos passam a ter recursos suficientes para investimentos sociais". No restante da coluna (leia no site do partido) o jornalista mostra, em detalhes, o descalabro e a demagogia apregoada por Lula durante a campanha, e comprova com fatos que nada mudou nos nove meses da administração petista.
O Presidente ficou chateado quando leu nos jornais que o Brasil tem posição de destaque em todo o mundo no item corrupção. Seu governo, como prometera, não fez nada para mudar esse quadro.
Petistas não gostam de Pimenta Indicado pelo Planalto para ser o relator da medida provisória que libera o plantio da soja transgênica, o Deputado gaúcho Paulo Pimenta, para variar, tem o repúdio dos petistas. E ele é do PT.
Reclamam os petistas que o parlamentar foi aos Estados Unidos, em junho, integrando um grupo de políticos visitar as instalações da empresa Monsanto, que produz a soja transgênica. Esse fato, para os petistas, é antiético. E falta de ética no PT, meus senhores, é caso de polícia. Mas como pode ser falta de ética, se a indicação vem do próprio Presidente Lula? Ou seja, a indicação do Pimenta para ser relator de um caso tão polêmico pode ser mais uma decisão ardida para o governo.
Gabeira, verde que te quero vermelho Por essa, nem Fernando Gabeira esperava. Ele não sabia que era tão amado e querido assim pelos petistas, hoje desesperados pelo fato da possível saída do parlamentar da militância. Demagogia em alto estilo do PT, que nunca deu a Gabeira a menor atenção. Ao contrário, para muitos petistas Gabeira nunca representou nada, além de ser um político educado, simpático, amante da paz, da arte, de um bom filme e da natureza. Quem o conhece sabe bem disso.
Agora, desesperados com o grito silencioso de um político que defende uma causa que chama a atenção para os olhos do mundo, Genoino e sua turma ficam jogando para a torcida tentando fazer o deputado mudar de idéia. Bobagem, amadorismo de quem tem medo de perder poder. Se uma coisa que ninguém precisa tentar é fazer a cabeça do Gabeira.
A Marta do negócio
Mais uma da série "a propaganda é a Marta do negócio": a prefeita de São Paulo começou a distribuir, via correio, folhetos com seis páginas coloridas em papel refinado propagandeando aos moradores da cidade suas "realizações".
O detalhe sórdido: nenhuma das obras está pronta, boa parte depende de dinheiro da iniciativa privada e, pior, há melhorias que, se forem de fato adiante, só ficarão prontas em 2005 - ou seja, quando Marta já tiver deixado a prefeitura e eventualmente estará morando em Buenos Aires. O desrespeito ao contribuinte paulistano é tanto que a prefeitura se nega a revelar quantos folhetos estão sendo distribuídos e qual o seu custo.
O começo do fim Não bastassem a falta de projeto pedagógico, a desigualdade de tratamento com as crianças e o caráter eleitoreiro dos escolões da prefeitura paulistana, os tais CEUs já se debatem com problemas de funcionamento. Está faltando dinheiro para pagar serviços básicos, como as empresas terceirizadas que fazem limpeza e manutenção dos escolões, cujo pagamento já está atrasado.
Resultado: sete representantes de terceirizados foram bater na porta da prefeita nesta quarta- feira, cobrando o calote. Só ouviram explicações vagas, como "problema técnico", "adequação de fluxo de caixa" e "operacionalização do sistema". Engraçado: para a propaganda da prefeita nunca faltou dinheiro...
Partido Social Democrata do Brasil
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