Um PT espalhado por todo o território brasileiro, disputando eleições e participando dos movimentos sociais. Esse é o quadro que o presidente nacional do partido, José Genoino, tem com as recentes filiações à legenda.
Em entrevista ao Portal do PT, o dirigente petista que esteve no final de semana no Ceará e em Pernambuco, diz que o fato de o partido já estar implantado em 90% dos municípios brasileiros terá um grande impacto nas eleições do ano que vem. Genoino também falou sobre a ação de crime organizado e quer que o governo federal organize uma força-tarefa para atuar nas áreas mais violentas. Leia a íntegra da entrevista:
Qual o balanço das novas filiações ao partido que aconteceram neste final de semana no Nordeste? Em Fortaleza, tivemos a filiação de um grupo importante, que inclui Eudoro Santana e Valton Miranda, e que trouxe vereadores, prefeitos e ex-prefeitos. Foram aproximadamente 30 pessoas. No Recife, houve o ato de filiação de Carlos Wilson [atual presidente da Infraero] e de seu irmão, o deputado estadual André Campos.
Houve questionamentos na mídia sobre a filiação de Carlos Wilson. Foi correta essa filiação? São filiações de qualidade. Não houve inchaço do partido. São pessoas que sempre tiveram relações e ajudaram o PT em momentos muito difíceis.
Qual o impacto que essas e outras filiações terão nas eleições de 2004? Nos atos dessas filiações, aproveitamos para discutir as eleições do ano que vem, candidaturas e políticas de alianças. Em Pernambuco, por exemplo, o PT está organizado em todos os municípios. Em São Paulo, temos diretórios municipais em 600 dos 645 municípios. No conjunto dos Estados, o PT está implantado em 90% dos municípios. Isso vai representar uma força poderosa. Primeiro pela mobilização do partido. Em segundo lugar, pela possibilidade de lançarmos candidaturas de vereadores em todos os municípios brasileiros. Em terceiro, porque buscamos filiações políticas e também para a militância social.
Qual a leitura que o senhor faz do destaque que alguns setores da mídia dão para o fato do PT nomear seus militantes para cargos nos bancos estatais? Isso é uma especulação infundada da imprensa. O PT ganhou as eleições e não colocar seus quadros nos bancos seria um absurdo. São quadros técnicos, são economistas e lideranças que sempre participaram da elaboração programática do PT. Não é loteamento, mas mudança. Respeitamos todas as regras desses bancos, o encarreiramento e seus órgãos técnicos. Não houve descontinuidade no funcionamento dessas instituições. Pelo contrário, elas melhoraram.
O que o governo deve fazer sobre o assassinato de Flávio Manoel da Silva, uma das testemunhas contra o crime organizado, ocorrido neste final de semana na Paraíba? Já tinha tido acesso às denúncias. É um caso grave e o governo do PT tem de criar uma força-tarefa para agir nessas áreas onde o crime organizado está agindo com mais ousadia.
O PT vai responder às acusações da UDR (União Democrática Ruralista) feitas neste final de semana, na região do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, de que o presidente Lula é o responsável pela violência no campo? Ninguém leva à sério as críticas da UDR, que está fazendo jogo para a platéia. A UDR está recuperando seus piores momentos da história. O governo quer uma reforma agrária pacífica, negociada, sem milícias armadas e sem violência no campo.
Preocupa a declaração do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), o ACM, de que vai mudar a reforma tributária na raça? Temos maioria no Senado. ACM não pode ficar falando que vai mudar na raça. Tudo será negociado e discutido.
Mas não preocupa a questão dos prazos, principalmente para a reforma tributária? Temos tempo para aprovar as duas reformas, a tributária e a da Previdência. Não estamos correndo contra o tempo. Está tudo dentro do cronograma.
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