Seguno o Reuters, o governo federal começou a discutir metas para reduzir o desmatamento na Amazônia. Segundo ela, porém, isso só poderá ser feito com recursos externos , disse ontem no Rio a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva . Queremos mudar o modelo de desenvolvimento, mas para isso precisamos ser ajudados, até porque a diminuição do desmatamento favorece o planeta inteiro, afirmou.
É a primeira vez que o governo brasileiro admite alterar sua posição histórica de recusar qualquer meta de controle de suas próprias emissões de gases do efeito estufa. As principais contribuições do País para o aquecimento global são justamente o desmatamento e as queimadas na Amazônia.
Marina participou ontem de reunião com representantes do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), organizada pelo governo do Rio e pela Companhia Vale do Rio Doce. Ela disse que se é difícil para países ricos mudar a matriz energética, para países em desenvolvimento é difícil mudar os seus modelos de desenvolvimento. Se nós reduzirmos 100% das emissões e os países ricos não diminuírem 80%, nós seremos igualmente prejudicados e a Amazônia pode virar uma savana, acrescentou.
Na semana passada, foram divulgados dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que indicam aumento médio de 8% do desflorestamento na região amazônica. O Brasil inteiro está preocupado com o aumento de 8% no desmatamento da Amazônia, afirmou a ministra. Ela ressalvou, porém, que a taxa caiu nos últimos três anos.
Ainda assim, Marina anunciou a entrada da Força Nacional de Segurança (FNS) em ações de proteção ambiental. Vamos continuar sem baixar a guarda. O objetivo é o desmatamento ilegal zero.
Quanto à retomada da curva ascendente do desmatamento, ela a atribui à seca prolongada e ao aquecimento do mercado. Para 2008, a ministra acrescenta as eleições municipais como fator que pode levar a taxa para cima - o nosso teste de fogo.
Quando a fiscalização foca determinado local, eles espirram para outro. Agora temos um sistema que acompanha. Antes, ficava atirando no escuro, disse. Nos últimos três anos, ambientalistas e analistas disseram que a queda dos preços da soja e da carne ajudaram a manter o corte sob controle - hipótese refutada pelo ministério.
Ontem, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente divulgou relatório que mostra como os recursos naturais estão sendo exauridos. Segundo o documento, o consumo é mais rápido do que a Terra consegue repor.
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