RJ: Comunidade do Muquiço pede socorro contra violência policial
Moradores da favela do Muquiço convocam imprensa, instituições do poder público e organizações defensoras dos direitos humanos para encontro sobre onda crescente de ações abusivas e violadoras de direitos por parte da Polícia Militar
A favela do Muquiço, situada em Deodoro, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, tem sofrido com uma intensidade anormal as ações abusivas e violadoras de direitos da Polícia Militar desde o início do ano. Para uma comunidade com no máximo 15 mil moradores já foram, desde a posse do novo governo estadual, 14 vítimas fatais em operações da polícia, ao que sabemos todas registradas como autos de resistência.
Note-se que, embora a favela esteja em área de atuação do 14 ° BPM, a maioria dos casos envolve policiais do 9° BPM, inclusive com o uso freqüente do blindado ("caveirão") do batalhão. Moradoras e moradores de comunidades foram testemunhas da maioria desses casos e atestam que, em quase todos, não houve confronto armado e, portanto, tratam-se de execuções sumárias, por vezes com requintes de crueldade, como demonstra o caso do jovem Rodrigo Araújo da Silva, relatado no site da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência.
A comunidade está disposta a denunciar as violações e os crimes cometidos por policiais, mas sente-se compreensivelmente ameaçada e desamparada. A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, em conjunto com a Associação de Moradores e Amigos de Guadalupe e diversos moradores e moradoras, estamos convocando o Ministério Público, a Defensoria Pública, a OAB, organizações defensoras dos direitos humanos, movimentos sociais, imprensa e organizações atuantes em favelas, para um Encontro com a comunidade.
O objetivo deste Encontro é propiciar à comunidade um espaço onde as pessoas possam relatar os casos, contrapor a visão dos moradores às versões da policia e procurarmos todos juntos as formas de coibir esse tipo de violação sistemática de direitos, bem como buscar a responsabilização judicial dos agentes do Estado implicados, sejam os que executam os atos, sejam os que dão as ordens e traçam as políticas de segurança que resultam nesta intolerável perda de vidas.
Serviço:
Data e hora: 11/05/2007 às 14h
Local : Associação de Moradores e Amigos de Guadalupe (Rua Ney Vidal 43 ao lado do Cemasi e da subprefeitura)
Contatos:
Pela Rede Zé Luís: (21) 9857-4577; Deley: (21) 8165-9589
Pela Associação Jorge Luís: (21) 3350-1475
Site http://redecontraviolencia.org/
E-mail da Rede [email protected]
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