Comprar um carro novo é um dos maiores investimentos que muitas pessoas fazem. Mas o que nem todo mundo leva em conta é o quanto esse veículo vai valer dali a alguns anos. A depreciação automotiva pode transformar um bom negócio em um grande prejuízo — especialmente com certos modelos que perdem valor rapidamente.
Enquanto alguns veículos mantêm uma boa valorização e são fáceis de revender, outros desvalorizam de forma tão acentuada que o proprietário perde até metade do valor pago em apenas três anos. Essa diferença pode significar milhares de reais a menos no bolso na hora da troca ou venda.
De acordo com um relatório publicado recentemente, marcas populares entre os consumidores nem sempre garantem bom valor de revenda. Modelos como o Nissan Leaf, Chevrolet Bolt e Mercedes-Benz Classe S estão entre os que mais perdem valor após a compra, principalmente devido à rápida evolução tecnológica e ao custo de manutenção.
O caso dos veículos elétricos chama a atenção. Embora sejam tendência mundial, muitos ainda enfrentam resistência no mercado de usados por causa da autonomia limitada e do alto custo das baterias. Isso faz com que modelos como o BMW i3, por exemplo, tenham grande depreciação, mesmo sendo bem avaliados em outros quesitos.
Entre os sedãs e SUVs, o Jaguar XF, o Maserati Ghibli e o Audi A8 também aparecem na lista de vilões da revenda. Esses carros premium, apesar do luxo e desempenho, costumam ter alto custo de manutenção, o que afasta potenciais compradores de segunda mão.
Outro fator relevante é a percepção de confiabilidade e custo-benefício. Modelos com histórico de manutenção cara, peças difíceis de encontrar ou consumo elevado tendem a perder valor mais rápido. Além disso, a presença limitada de concessionárias e oficinas especializadas contribui para a queda de interesse no mercado de usados.
Especialistas recomendam que, antes de fechar negócio, o comprador verifique rankings de depreciação e histórico de revenda do modelo desejado. Além disso, é fundamental considerar o custo total de propriedade, que inclui manutenção, seguro, impostos e desvalorização.
Algumas marcas japonesas, como Toyota e Honda, continuam sendo referência em valor de revenda por conta da durabilidade e da reputação de confiabilidade. Carros como o Corolla, por exemplo, costumam ter baixa depreciação mesmo após anos de uso intenso.
Para quem pensa em trocar de carro nos próximos dois ou três anos, escolher um modelo com menor perda de valor pode representar economia real. Afinal, o que você deixa de perder com a depreciação pode ser investido na entrada de um próximo veículo.
Aliás, um dado curioso: em certos mercados, como o norte-americano, há modelos que perdem até 60% do valor inicial em apenas 36 meses. Um lembrete de que o preço na concessionária é apenas parte da equação quando o assunto é carro novo.
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