Durante décadas, motoristas foram ensinados a ligar o carro e deixá-lo parado por alguns minutos antes de sair — o famoso “esquentar o motor”. No inverno rigoroso, essa prática até pode fazer algum sentido. Mas e nos dias quentes de verão? Será que ainda é necessário?
Segundo especialistas em mecânica automotiva, a resposta curta é: não. Com os motores modernos, o hábito de aquecer o carro antes de sair tornou-se obsoleto — e, em muitos casos, pode até prejudicar o veículo e o meio ambiente.
A prática vem de uma época em que os motores usavam carburador, sistema que precisava de tempo para estabilizar a mistura de combustível e ar. Hoje, com a injeção eletrônica, o motor regula automaticamente essa mistura em tempo real.
Os profissionais recomendam ligar o carro, esperar de 10 a 30 segundos para estabilizar a rotação, e então começar a dirigir suavemente. Com isso, o motor aquece de forma gradual e eficiente, sem gasto desnecessário de combustível.
Ficar parado com o motor ligado contribui para o acúmulo de resíduos, consumo elevado e poluição ambiental. Em tempos de preços altos e consciência ecológica, esses segundos a mais no modo ocioso podem custar caro.
Deixar o carro ligado parado por muito tempo — especialmente sob o sol forte — pode gerar superaquecimento em alguns componentes, como o sistema de arrefecimento e o catalisador. Além disso, há risco de carbonização precoce em motores mais antigos.
Outro problema é o desgaste desnecessário de óleo e peças móveis que operam sem carga. O ideal é aquecer o motor “em movimento”, mantendo rotações baixas nos primeiros minutos.
Carros muito antigos (anos 1980 ou anteriores), com carburador ou tecnologia desatualizada, ainda podem exigir um breve aquecimento. Em regiões de frio extremo, também é aconselhável esperar um pouco mais antes de exigir desempenho do motor.
Mas fora essas exceções, os carros modernos — mesmo populares — foram projetados para “ligar e andar”. Basta respeitar os limites nos primeiros minutos e evitar acelerações bruscas.
Esquentar o motor no verão é um mito herdado de tempos passados. Para quem busca economia, desempenho e durabilidade, o melhor é dirigir com suavidade assim que possível — e deixar o carro fazer o resto.
O motor moderno agradece. E o planeta também.
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