O número de opções para comprar barril de petróleo crude por 200 dólares no mercado de matérias primas em Nova Iorque (NYMEX) multiplicou por 10 nos últimos dois meses , batendo um recorde para um espaço do tempo semelhante.
Mas este tipo de contratos é uma maneira mais barata de especular com o petróleo . Na primeira semana de setembro só havia 500 contratos deste tipo ( contratos de futuro), número que elevou até 5.333 na actualidade .
O preço de ofertas a 200 dólares , por sua parte , chegou por momentos até 550 dólares, na semana passada, descendo até 300 na sexta-feira. Ninguém exclui essa possibilidade , mas os analistas da Bloomberg prevêem uma quebra do preço em 2008. A principal razão para este optimismo dos analistas é o abrandamento da economia dos EUA, o maior consumidor mundial de petróleo.
Ontem, o preço do brent negociado em Londres desceu para a casa dos 93 dólares, acompanhando a descida do mercado de Nova Iorque para os 95 dólares. A notícia de um aumento da tensão entre EUA e Irão acabou por travar esta correcção, que teve como motor a perspectiva de um clima mais ameno do esperado nos EUA (implicando menos procura por petróleo para aquecimento).
No entanto, nenhum analista exclui o regresso à fasquia dos 100 dólares, tendo em conta o estreito equilíbrio entre procura e oferta. Os factores de risco (tensão entre EUA e Irão, instabilidade na Nigéria) permanecem intactos em 2008, num ano em que as previsões oficiais apontam para uma subida do consumo de 2,1 para 87,8 milhões de barris por dia. Só a China deverá chegar aos oito milhões de barris por dia.
Do lado da oferta, a Arábia Saudita adiou a entrada em funcionamento do novo poço de 500 mil barris por dia. A nova produção no Brasil só entrará no mercado dentro de cinco anos. Tudo sinais de que se houver uma forte ruptura da produção, na sequência de fenómenos meteorológicos, conflitos armados ou tensão geopolítica, não haverá capacidade para a cobrir. E o preço disparará inevitalmente para cima dos 100 dólares
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