Evo Morales quer continuar as «grandes obras» na Bolívia
O candidato pelo MAS à presidência da Bolívia, Evo Morales, sublinhou a necessidade de completar o trabalho feito e de derrotar os neoliberais, aqueles que privatizaram os recursos naturais do país.
Milhares de pessoas participaram no comício do Movimento para o Socialismo (MAS) em Cochabamba Créditos/ @evoespueblo
À beira da realização das eleições legislativas no país andino-amazónico, no próximo domingo, o Movimento para o Socialismo (MAS) realizou, esta quarta-feira, dois grandes comícios, em Cochabamba e El Alto.
Na cidade da Região Metropolitana de La Paz, localizada em plenos Andes, a 4000 metros de altitude, Evo Morales pediu o apoio à multidão que se concentrou no comício, destacando que, com Álvaro García Linera, candidato à vice-presidência da Bolívia, pretende «dar mais cinco anos de experiência» para que o país «continue a crescer economicamente», para «concluir as grandes obras», em que se incluem a construção de estradas e de aeroportos, as indústrias petroquímicas, de ferro e lítio, e para «diminuir até 2025 a pobreza extrema abaixo dos 5%».
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À multidão em tons de azul, o candidato à reeleição lembrou que o programa do MAS propõe a construção de habitação, defende o emprego para a juventude, mais lares para as pessoas da terceira idade e apoio ao investimento dos empresários.
«Estamos aqui com um projecto político de libertação, com um programa de governo do povo, para a libertação e para nos desenvolvermos», sublinhou, tendo-se mostrado convencido de que os vende-pátrias, os neoliberais e os que privatizaram os recursos naturais do país serão derrotados nesta contenda eleitoral, informa a Prensa Latina.
Mais cedo, a cidade de Cochabamba foi palco de outra «maré azul», com muitos milhares de pessoas a manifestarem o seu apoio ao primeiro líder indígena a chegar à presidência da Bolívia, em 2006.
Ingerência norte-americana e velhas figuras do neoliberalismo
Na semana passada, Evo Morales apresentou uma queixa formal ao encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em La Paz, Bruce Williamson, sobre a ingerência de Washington no país andino, nomeadamente em Los Yungas (La Paz), atestada com documentos, afirma a Prensa Latina.
Ainda no que respeita à ingerência externa, o semanário La Época alertou recentemente para a presença, no departamento de Santa Cruz, de uma equipa de especialistas civis e militares, liderada por George Eli Birnbaum, consultor político norte-americano.
De acordo com a fonte, referida pela agência cubana, do seu repertório constam «missões cumpridas com êxito em mais de 15 oportunidades nos cinco continentes», tendo chegado a ser chefe de gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, além de ter trabalhado com Arthur Finkelstein, estratega dos republicanos nos Estados Unidos.
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Em simultâmeo, reapareceram na Bolívia velhas figuras políticas defensoras do neoliberalismo, que expressaram publicamente o apoio ao candidato Carlos Mesa, da oposição, e atacaram a candidatura de Morales.
Entre outros, contam-se o ex-presidente do Comité Cívico de Santa Cruz, Branco Marikovic, que fugiu do país em 2009, acusado de terrorismo, e que é actualmente investigado pela existência de 14 empresas pertencentes à sua família em paraísos fiscais; também o ex-presidente foragido Gonzalo Sánchez de Lozada, indiciado pelo massacre conhecido como «Outubro Negro» e que em 2003 provocou a morte de 67 pessoas e mais de 400 feridos em El Alto.
Apesar da ingerência e da ofensiva neoliberal, as sondagens continuam a apontar para a vitória folgada de Evo Morales (18% de vantagem sobre Carlos Mesa). A incógnita que resiste é se consegue ser eleito à primeira volta (com mais de 50% dos votos ou obtendo 40% e ficando 10% à frente sobre o contendor imediato). O MAS também deve alcançar a maioria na Assembleia Legislativa Plurinancional (Parlamento).
https://www.abrilabril.pt/internacional/evo-morales-quer-continuar-grandes-obras-na-bolivia
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