Começa nesta quinta-feira, com o filme francês Django,de Etienne Comar, o 67. Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde haverá um recorde de filmes brasileiros em exibição, num total de 12, um na competição internacional de longas-metragens (Joaquim, de Marcelo Gomes), e outro na competição internacional de curtas (Estás vendo coisas, de Bárbara Wagner e Benjaminde Burca).
Este Festival é francamente engajado, por decisão de seu diretor Dieter Kosslick, em favor da política alemã pelos refugiados, existindo ainda nas diversas mostras filmes claramente antiracistas e anticolonialistas.
É o caso do filme brasileiro Joaquim, mostrando a figura de Tiradentes, o primeiro rebelde contra os portugueses pela independência; do filme Vazante, de Daniela Thomas, que revive o tempo da escravidão no Brasil, em Minas Gerais, na exploração das minas de pedras preciosas; de Django, o filme da abertura, que mostra o cigano perseguido pela SS nazista; e do filme do haitiano Raoul Peck, Não sou o teu negro, inspirado na vida de James Baldwin, um libelo contra o racismo nos Estados Unidos.
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Será que Did Renton criou uma família e comprou uma lavadora de carros como terminou o primeiro filme de Danny Boyle? O festival de Berlim dará a resposta logo no segundo dia do Festival com o retorno de Ewan McGregor.
A expectativa é grande e a crítica estará mobilizada para reservar seu lugar na primeira exibição e, será ainda mais difícil, achar um lugar na grande sala onde Danny Boyle e Ewan McGrgor falarão com a imprensa.
AKI KAURISMAKI, SCHLOENDORF
Outro retorno importante será, na terça-feira, o do finlandês Aki Kaurismaki com seu novo filme O outro lado da esperança, que é um conto talvez utópico, da amizade entre um refugiado sírio que, depois de viver rejeitado nas ruas de Helsinki, é descoberto por um finlandês dono de restaurante, que lhe dá cama, comida e trabalho.
O cineasta alemão Volker Schloendorf também está de volta a Berlim mas sem um tema social, embora continue criando dentro do universo do seu amigo suíço, já falecido, Max Frisch, que o inspirou no filme Homo Faber. De volta a Montaulk é o novo filme de Schloendorf, na competição internacional, focado nos problemas amorosos de um escritor com a inspiradora da personagem do seu novo livro.
Haverá ainda um filme francês de Martin Provost, Parteira, com a veterana atriz Catherine Deneuve. O filme da atriz portuguesa Teresa Villaverde, convertida em cineasta com seu filme Colo,mostrando uma família sofrendo as consequências da crise econômica, na competição internacional.
O presidente do júri da competição internacional, é o cineasta holandês Paul Verhoeven que com outros seis especialistas da Alemanha, Tunísia, México, Islândia, Estados Unidos e China distribuirão os Ursos de Ouro e de Prata.
Rui Martins, de Berlim
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