Lima (Prensa Latina) O presidente eleito de Peru, Ollanta Humala, enfrenta um novo dia sob fortes pressões de setores conservadores que, sem poder impedir seu triunfo nas urnas, tratam de lhe impor condições. Ao mesmo tempo, a Confederação Geral de Trabalhadores entrou em cena com um pronunciamento que marca o signo democrático e progressista da vitória eleitoral de Humala, e e exorta ao vencedor a cumprir suas promessas.
A vitória de Humala foi reconhecida ontem pelo presidente Alan García, que disse dar-lhe seu apoio e chamou a que o respalde o povo, ainda que sem o felicitar pessoalmente.
Também a candidata derrotada no segundo turnopresidencial do passado domingo, Keiko Fujimori, visitou Humala e o felicitou, ainda que propôs que deve se manter o modelo econômico que pretende reformar o vencedor.
Somou-se assim a pressões de políticos, empresários e jornalistas conservadores que pedem abertamente que Humala designe neoliberais conhecidos a cargo das responsabilidades econômicas de sua administração, e até dão nomes.
Alegam que o novo governo, que assumirá funções em 28 de julho, deve submeter a essas pressões para dar sinais de confiança aos investidores.
As pressões utilizam uma queda da bolsa de valores registrada ontem como reação ao resultado eleitoral e que economistas de Vontade Peru, organização de Humala, atribuem a manobras especulativas com objetivos políticos.
Humala não tem cedido às pressões e sua vice-presidenta eleita, Marisol Espinoza, só anunciou uma lista de personalidades progressistas e dois diplomatas de carreira que integrarão a comissão de Vontade Peru encarregada da transferência da administração pública.
Por sua vez, os analistas políticos Eduardo Toche e Sinesio López recusaram as pressões e assinalaram que o novo governo, eleito pelo povo, tem o direito e a obrigação de executar seu programa de inclusão social.
Toche indicou que o acordo proposto por Humala para fazer um governo de unidade nacional se baseia no reconhecimento de que a poderosa minoria econômica deve deixar atuar à nova administração.
López recordou que Humala derrotou a uma "santa aliança" dos poderes político, econômico e mediático, ameaça não manter o modelo neoliberal fracassado em mais de 20 anos de vigência.
"Os perdedores não podem impor qual é o Ministro de Economia", sentenciou Aída García Laranjeira, porta-voz de Vontade Peru.
A vitória de Ollanta Humala motivou felicitações dos presidentes da Argentina, Bolívia, Cuba, Chile, Equador, México, Panamá, Paraguai e Venezuela, bem como da União Europeia e Espanha.
In Pátria Latina
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