Depois dos atos de terrorismo perpetrados pela OTAN nos últimos anos, após o flagrante desrespeito dos direitos humanos e da vida humana, quando suas munições com urânio empobrecido na Jugoslávia deixaram vastas áreas de território inabitáveis e destruiram o futuro de centenas de milhares de crianças iraquianas, surpreenderia alguém oa aprender que a Líbia é uma campanha da OTAN?
Do que a OTAN é capaz, já vimos na Jugoslávia, do que o Ocidente é capaz, vimos na Geórgia. Limos e vimos as mentiras descaradas, vimos actos indiscriminados de assassinato, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, todos encobertos pela mídia controlada. Então seria surpresa para ninguém que a OTAN está operacional na Líbia?
O olhar derrotado do menino de nove anos de idade, iraquiano, que acabara de saber que toda a sua família tinha sido literalmente destruída por uma bomba da OTAN foi tão inesquecível quanto o sorriso corajoso ostentado por outro menino de seis anos, "terrorista" iraquiano, cujos membros e rosto tinham sido obliterados por um heróico piloto da OTAN. As vítimas da OTAN, autor de indescritíveis actos de terrorismo contra civis desarmados. Mas quem se refere a eles?
Curiosamente, os "rebeldes" no Iêmen não são referidos como "revolucionários", mas "terroristas": O Departamento de Estado elevou o nível de ameaça de segurança para o país para "extremamente elevado devido a actividades terroristas e distúrbios civis". É interessante que o presidente Ali Abdullah Saleh, o amigo de Washington, prometeu defender o seu Governo contra os rebeldes "com cada gota de sangue", mas ninguém fala contra ele. Onde está o processo no tribunal penal internacional? Onde estão os apelos para ele "ir embora, já?"
É interessante que, na Líbia e para os que governam a Líbia, as coisas são tão completa e totalmente diferentes. Mais interessante foi que as fronteiras a Leste e no Ocidente foram segurados (Tunísia e Egito) antes dos distúrbios eclodirem, fronteiras que permitiram o envio de equipamento e material humano, é interessante que já duas equipes de forças especiais da OTAN foram capturados dentro da Líbia (da Marinha Holandesa e Forças SAS britânicas), foi interessante a entrevista de SKY News com "um rebelde na linha de frente", falando com um sotaque canadense.
É interessante a falta de profissionalismo dos media ocidentais que apoiam as campanhas terroristas da OTAN com as suas mentiras e meias verdades, tão visível contra Muammar Al-Qathafi e seu governo enquanto esperam que os seus espectadores e leitores engolem esse monte de porcaria sem qualquer grão de factos, verdade ou análise equilibrada. Quantos deles se referem ao fato de que a Líbia tem a maior expectativa de vida do Continente Africano? Quantos deles se preocuparam em pesquisar e informar os seus espectadores e leitores que o "regime" Muammar Al-Qathafy começou a distribuir a riqueza do petróleo diretamente ao povo para combater a corrupção, dando ao povo da Líbia a maior Paridade do Poder de Compra em África?
Quantos deles afirmaram que os sub-nutridos são de 5 por cento, menos do que em muitos Estados da União Europeia, quantos nos informaram que para combater a subida dos preços, o governo da Líbia aboliu todos os impostos sobre os alimentos, quantos deles disseram que a taxa de mortalidade infantil na Líbia é o menor em toda a África?
Interessante é que no meio das suas diatribes anti-Qathafi, eles esqueceram de nos avisar que o Índice de Desenvolvimento na Líbia é o mais alto de qualquer dos 54 Estados africanos (contando os dois Sudan e o Sahara Ocidental, ilegalmente anexada por Marrocos), nem nos informaram que a taxa de pobreza na Líbia está abaixo dos Países Baixos, e se recusaram a explicar o que Jamahiriya (o sistema de governo da Líbia) significa, ou seja, "um estado das massas", governado pelo povo através dos conselhos locais.
Interessante que os "revolucionários", ou "terroristas" são permitidas pela OTAN a montar uma insurreição armada; ainda os mesmos países que usaram urânio empobrecido contra as crianças do Iraque insistem que Muammar Al-Qathafi não pode retaliar.
O que ele deveria fazer? Dar seu petróleo para o Ocidente em termos ditados pelos seus inimigos? Ou demitir-se e deixar que seu país seja ocupado?
Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru
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