Saharauis do Acampamento da Dignidade de Gdeim Izik desmentem que Marrocos tenha acedido às suas reivindicações
El Aiún (Territórios Ocupados). - Os mais de 20.000 saharauis acampados desde há três semanas no acampamento de protesto de Gdeim Izik, desmentiram hoje que as autoridades marroquinas lhes tenham oferecido lotes de terreno, tal como informaram esta segunda-feira os meios oficiais marroquinos.
"Trata-se de uma estratégia mediática para nos dividir. Não tem nada de verdade. O comité não tem conhecimento de absolutamente nada", assegurou uma fonte do interior do acampamento à agência Europa Press.
A mesma fonte desmentiu também que tenha saído gente do acampamento saharaui para assistir à entrega dos referidos lotes, que se teria supostamente realizado na sede da wilaya de El Aiún, ou seja, na própria capital ocupada do Sahara Ocidental.
É mais um acto desesperado das autoridades de ocupação marroquina para desmantelar o acampamento de Gdeim Izik referem fontes da resistência saharaui. Os saharauis acampados não negociarão até que se levante o cerco militar em torno do acampamento por milhares de soldados do exército marroquino que, no passado Domingo, 24 de Outubro, assassinaram Elgarhi Nayem de 14 anos de idade refere a mesma fonte.
"Respira-se um ar de tensão, estamos completamente cercados", referiu a mesma fonte que realçou que, mesmo assim, estão "mais unidos do que nunca". O comité organizador do acampamento está a elaborar já um censo para contabilizar o número exacto de pessoas que se juntaram ao protesto, mas garantem que a cifra deverá ser superior a 20.000, já que há já mais de 7.000 jaimas (tendas) levantadas.
O acampamento de protesto de El Aiún começou a ser levantado no dia 9 de Outubro a cerca de 18 quilómetros a Este da capital ocupada do Sahara Ocidental para protestar contra a política de marginalização e empobrecimento da população saharaui, assim como contra o esbulho dos recursos naturais por parte das autoridades de ocupação marroquinas.
Acampamentos semelhantes de protesto tinham também sido também erguidos nas cidades ocupadas de Dajla, Smara e Bojador, mas as autoridades marroquinas desmantelaram-nos com uso à violência.
Associação de Amizade Portugal Sahara Ocidental
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