Os cidadãos de outros países do continente africano e fora dele são tão humanos como nós e merecem ser tratados com respeito e dignidade. O nosso humanismo como povo impele-nos a todos nós a respeitar, cuidar, cooperar e agir com solidariedade para com todos os outros povos, independentemente da sua nacionalidade.
Desumanizamo-nos a partir do momento que começamos a pensar que a outra pessoa é menos humana que nós simplesmente porque é proveniente de outro país. A humanidade é indivisível. Como temos visto, tudo que quebra a estrutura do respeito pelos outros e pela lei abre caminho à criminalidade.
Como Sul-Africanos, temos que reconhecer e compreender que estamos ligados aos outros Africanos pela história, cultura, economia e, acima de tudo, pelo destino. A África do Sul não é e nunca será uma ilha separada do resto do continente.
Nunca podemos deixar de ter presente a realidade fundamental da nossa interdependência como povo Africano.
Apelo a todos os que estão por detrás destes actos vergonhosos e criminosos para parar! Nada os pode justificar. Os organismos que fazem cumprir as leis devem e irão responder com as medidas apropriadas contra todos os que se encontram envolvidos nestes ataques.
Quero ainda expressar a minha gratidão a todos os membros do público, bem como aos líderes políticos e comunitários que têm vindo a apelar para a cessação imediata destes ataques. Em particular, quero agradecer a todos os que têm prestado assistência às vítimas, oferecendo, entre outras coisas, abrigo, roupas e comida. Ao fazê-lo, demonstraram o verdadeiro espírito Sul-Africano. Vamos trabalhar em conjunto para que alguns criminosos não tenham possibilidade de atingir os seus objectivos desumanos.
Será feito tudo o que é possível para forçar os criminosos a cumprir a lei. Até agora, já foram presos mais do que 200 alegados criminosos. O Ministro da Segurança e o Comissário da Polícia Nacional irão manter-me informado sobre os acontecimentos e estou confiante que a polícia irá brevemente efectuar avanços significaticos no sentido de chegar à raíz desta anarquia.
A transição da África do Sul para a democracia foi um dos testemunhos mais exemplares em todo o mundo de tolerância e co-existência pacífica. Os repulsivos ataques xenófobos a estrangeiros observados recentemente, e prepetrados através de actos de intensa violência e desumanidade, constituem uma ameça aos nossos feitos históricos como nação. Não podemos esquecer a hospitalidade que foi concedida aos Sul-Africanos que se exilaram nos países vizinhos e no resto do continente durante o período do apartheid. O apoio dos estados da linha da frente da África Austral e de todo o continente africano foi decisivo para a conquista da democracia que hoje temos e desfrutamos.
Fonte: Embaixada da África do Sul,
Lisboa
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