Com África, em que são abordados os laços culturais e econômicos do continente com o Brasil, o Em Questão apresenta o 10º e último tema da série Política Externa, organizado e desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O atual fortalecimento das relações entre Brasil e África resultou em expressivo aumento do intercâmbio comercial nos últimos anos. O comércio global entre brasileiros e africanos triplicou, subindo de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 15 bilhões em 2006. O movimento ascendente deste intercâmbio ocorre com todos os países da região e indica amplo potencial para crescer, sobretudo em matéria de serviços, investimentos e "joint-ventures", que deverão potencializar os negócios entre as duas partes.
Os ganhos não são apenas econômicos. "A África teve influência marcante na cultura brasileira. Aproximar-se dela é compreender melhor o Brasil", diz o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário-geral Político II, do MRE. É uma relação ancestral, que começou antes da própria existência do Brasil, quando os portugueses estabeleceram relações mercantis e sociais na costa setentrional e Oeste da África, nas ilhas do Golfo da Guiné.
A África reveste-se de importância exponencial no cenário globalizado. É atualmente o continente que mais cresce no mundo, devendo chegar em breve a um bilhão de habitantes. São 54 países que terão peso político crescente nas decisões mundiais, como na Assembléia Geral das Nações Unidas. Em termos comerciais, é o segundo maior crescimento global, só perdendo para países asiáticos. Trata-se de uma das últimas fronteiras agrícolas do mundo, reservatório de jazidas de petróleo e minerais de importância estratégica.
Novo impulso - A partir de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fixou, como uma das prioridades da política externa brasileira, o incremento das relações com a África. O MRE intensificou os contatos entre os dois lados de forma generalizada, não se restringindo aos paises de língua portuguesa, nem àqueles de maior peso político ou econômico na região. Amparou-se na prioridade mais ampla, conferida pelo governo brasileiro à cooperação Sul-Sul, com destaque para a agenda social de saúde e educação, além daquelas capazes de gerar emprego e outros benefícios às populações locais, como a agricultura.
Nos últimos cinco anos, o Brasil passou de 17 embaixadas em solo africano para 34. E os africanos pularam de 15 para 30 embaixadas no Brasil. Atualmente, o Brasil é o país da América Latina com maior número de embaixadas africanas, só perdendo para Washington e antigas matrizes coloniais, como Paris, Berlim e Londres - ou capitais de potências asiáticas, como Tóquio e Pequim. Até 2002, o número total de atos celebrados entre Brasil e África era de 176. Mais de 100 novos acordos foram firmados somente de 2003 até hoje. O número de visitas oficiais e de encontros entre autoridades brasileiras e africanas atingiu um nível inédito. O presidente Lula já fez oito visitas à África.
Além disso, o governo vem apoiando a atuação de organismos internacionais no continente e a capacitação técnica nos países africanos em áreas em que o Brasil tem qualificação , como agrícola, petrolífera e de biocombustíveis. Em abril, foi inaugurado em Gana um escritório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Três dos quatro acordos de cooperação assinados na ocasião envolveram transferência de tecnologia pela Embrapa África aos representantes de entidades locais.
Aproximação - O Brasil hoje participa ativamente de reuniões de organismos multilaterais com países africanos, como a União Africana (UA), cujo braço econômico é a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (Nepad). No campo cultural, destaca-se a II Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora, em Salvador, em julho de 2006, cuja abertura contou com a presença do presidente Lula e de seus homólogos do Botsuana, Cabo Verde, Gana Equatorial e Senegal, além do presidente da Comissão da União Africana, co-promotora do evento.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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