Bloqueio contra a Venezuela

Há 47 anos existe um criminoso bloqueio econômico-comercial contra Cuba, imposto pelos Estados Unidos, que já custa à Ilha um prejuízo de quase 100 bilhões de dólares. Bloqueio várias vezes condenado na ONU pela quase totalidade dos países que compõem este organismo. O imperialismo não tem conseguido mais do que 4 votos de apoio a seu crime, em Assembléias Gerais desta organização mundial.

Agora, ocorre o bloqueio à Venezuela. É de outro tipo, midiático. Todos os jornais e redes de televisão ligados às oligarquias de cada país e do mundo – noite e dia – se opõem abertamente a Chávez e ao processo revolucionário venezuelano. Destacam-se neste ataque sem trégua, através de seus meios de comunicação, os grupos econômicos da América Latina, associados ao imperialismo americano, tudo fazendo para que a luta pela unidade latino-americana, liderada pelo governo venezuelano, não consiga o êxito esperado por milhões de pessoas e que, por conseguinte, não provoque impacto junto, não só aos povos do nosso continente, mas também junto aos povos de outras regiões do Planeta. Tais instrumentos de comunicação de massa não medem esforços e palavras na busca de seus objetivos. Distorcer afirmações de Hugo Chávez e da realidade venezuelana é sua constante. Parece uma obsessão.

Toda a mídia internacional oligárquica, capitalista, irmanada à mídia reacionária da Venezuela parece agir sob um SCRIPT, uma mesma pauta: todos os jornais e redes de televisão basicamente usam as mesmas imagens, mesmas montagens, mesmos comentários, mesmas perguntas a Chávez e a outros membros do governo. O SCRIPT usado pelos atores desta cruzada midiática, como entrevistadores, comentaristas, apresentadores de televisão e articulistas é fundamentalmente o seguinte:

a) Chávez é populista; b) Chávez é uma ameaça, plagiando palavras de fascistas como Aznar, ex-presidente da Espanha, ligado a Bush; c) Chávez é contra a liberdade de imprensa; d) Chávez defende uma proposta superada, o socialismo; e) Chávez intervém na vida interna dos países; f) Chávez piorou a situação econômico-social de seu povo; g) Chávez espanta os investidores; h) Chávez é ditador; i) Chávez é armamentista. E como repetem tais afirmações!!!

SEGUNDO SCRIPT

Para que o SCRIPT acima citado funcione, as empresas midiáticas optaram por um segundo disco-padrão, uma segunda receita. Um segundo SCRIPT: o de ocultar de forma proposital a realidade, como meio de sua autodefesa, escondendo os motivos reais de sua oposição alucinante à luta revolucionária do povo venezuelano. E assim agem: invertem os fatos, mistificam-nos. Não dizem, por exemplo, que estão contra as mudanças na Venezuela porque aí está um povo cheio de esperança, que, cada vez mais, se conscientiza de que só há um caminho para a sua libertação, seu bem-estar, sua felicidade: o socialismo, o que só é viável através da alteração das relações de propriedade, construindo-se organizações produtivas sociais e coletivas de caráter socialista.

Vêem os capitalistas midiáticos nesta opção popular a negação de seus interesses políticos e econômicos; não dizem que, segundo sua visão, a democracia é sinônimo de propriedade privada, principalmente, a de cunho monopolista, numa lógica em que apenas uma pequena minoria tem direito à posse da terra, de indústrias e de estabelecimentos comerciais, enfim, das riquezas do país;

não dizem que têm medo do poder popular porque este é a negação de seu poder, de seu estado, seu principal instrumento de dominação, implementando-se no lugar deste um estado-instrumento do povo organizado, protagonista de seu próprio destino; não dizem que ninguém mais do que Chávez e os revolucionários venezuelanos defendem o voto como caminho para a construção da democracia plena na República Bolivariana da Venezuela, caminhando para a efetivação de uma sociedade socialista à maneira venezuelana, opondo-se a qualquer ação violenta, venha de onde vier, a não ser em determinadas circunstâncias em que não haja outra maneira de o povo defender-se contra uma escalada de violência desencadeada pelas forças fascistas em ação claramente golpista; não dizem que, face à desmoralização dos partidos de direita na Venezuela, os representantes das oligarquias e do imperialismo no país conspiram sempre contra o processo democrático-eleitoral em andamento, que, desta forma, a eleição destes setores é a eleição do golpismo e do terrorismo de bandos contra o governo bolivariano;

não dizem que sua relação com Chávez desde 1998, quando ele foi eleito pela primeira vez, tem sido sempre a de propagar o desrespeito à Constituição, ao processo democrático, optando pela promoção do golpismo e pela sabotagem; inclusive, não dizem que criminosamente apoiaram o uso da PDVSA, empresa petrolífera do país, parando toda a produção, para provocar o caos econômico e, em conseqüência, derrubar o governo. Sobre esta iniciativa criminosa, os golpistas, os sabotadores, chegaram ao ponto de ameaçar com destruição equipamentos da estatal petroleira; não dizem que chamam a democracia popular de ditadura porque ela é o contrário da ditadura do capital, hoje, global;

não dizem que, como defensores de uma sociedade de exploração do homem pelo homem, individualista, são antidemocráticos, ou, no máximo, defendem uma democracia limitada, estruturada para garantir os interesses de uns poucos, donos das riquezas produzidas por milhões de seres humanos; mascaram seus reais propósitos por serem estes indefensáveis frente ao desenvolvimento da consciência de multidões de que, para serem livres, necessitam derrotar seus opressores e exploradores; enfim, não dizem a verdade porque isso não lhes convém, só lhes restando a opção da ardileza, da contra-informação, do uso de esquemas pré-montados, tendo como escola e principal instrumento a CIA e certas ONGs sob variados disfarces; não dizem que, como empresas capitalistas, sentem-se no dever de defender o capitalismo a qualquer custo.

Estamos frente à lógica da História: o contra-revolucionário não pode abrir mão da mentira; o revolucionário não pode abrir mão da verdade.

Alberto Souza

'COMITE BOLIVARIANO DE SAO PAULO'

pelo professor e jornalista Alberto de Souza

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