E se o Rei da Espanha se calasse?

Reacção prepotente, arrogante e pueril do monarca espanhol mancha XVII Cimeira Ibero-Americana entre 8 e 10 de Novembro em Santiago, Chile. Proposta da Cuba na luta contra terrorismo ignorada por muitos órgãos de informação, que focam nos temas mais polémicos.

O palhaço da festa

Foi o Rei Juan Carlos da Espanha, único Chefe de Estado presente em todas as Cimeiras Ibero-Americanas desde o primeiro em Guadalajara, 1991 que acabou por ser o palhaço da festa. Juan Carlos criou um mal ambiente entre os reunidos com a proposta desnecessária, arrogante, prepotente, petulante e insolente para Presidente Hugo Chavez “se calar”, quando este rotulou Aznar com o termo “fascista”.

As diferenças entre Juan Carlos e Hugo Chavez é que o último foi democraticamente eleito, nunca participou numa tentativa de golpe de estado contra Espanha e Hugo Chavez sabe comportar-se como Chefe de Estado, enquanto o Rei da Espanha age como um fedelho birrento. Que vergonha. E se o Rei da Espanha se calasse? Os tempos imperialistas acabaram há muito tempo, tal como a monarquia na maioria dos países.

Proposta da Cuba

Ignorada entre muitos órgãos da comunicação social foi a proposta da Cuba sobre a luta contra o terrorismo internacional, tal como as muitas iniciativas cubanas em desenvolver serviços nos países em vias de desenvolvimento são igualmente ignoradas por esses órgãos de desinformação.

Cuba propôs que os Governos introduzissem medidas para “prevenir e eliminar o financiamento e a preparação de qualquer acto terrorista e a negar refúgio aos instigadores, financiadores, autores, promotores ou participantes em actividades terroristas”. Apelando aos estados-membros da família ibero-americana que tratassem de legislação para uma rápida extradição de suspeitos de terrorismo, Cuba sugeriu a criação de um mecanismo ao nível da ONU para prestar apoio internacional às vítimas do terrorismo.

Cuba lembrou o ataque terrorista perpetrado por Luís Posada Carriles em 1976, em que a queda de um avião cubano provocou a morte de 73 civis. Carriles, abrigado nos Estados Unidos da América, nunca foi julgado por terrorismo.

Coesão Social, o tema principal

Coesão Social foi o tema desta Cimeira, que terminou com a assinatura do Convénio Multilateral Ibero-Americano de Segurança Social e a Declaração final de Santiago, que focou no combate contra a pobreza, a violência, a discriminação e a distribuição injusta de rendimentos.

A Presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse no seu discurso de inauguração que a coesão social “expressa a vontade de que se faça realidade do sonho de tantos e tantas por justiça social, por sociedades mais equitativas e mais livres em todos os países da Ibero-América”. O Convénio da Segurança Social segue como o primeiro passo tomado na direcção de criar esta coesão social. Sob este acordo, um cidadão ibero-americano que emigrar para outro país nesta comunidade pode contar o tempo de trabalho realizado noutro estado-membro para a sua reforma. Porém terá de ser ratificado pelos Parlamentos nacionais.

A Carta de Fortalecimento dos Direitos dos Migrantes Ibero-Americanos foi outro resultado desta Cimeira, para garantir direitos iguais em todos os estados-membros.

De destaque também, a proposta do Presidente Chavez para uma aliança petrolífera para esta comunidade e a continuação da disputa entre Uruguai e Argentina sobre a instalação de uma fábrica de celulose em Uruguai, na fronteira entre os países, muito contestado por Buenos Aires.

A Cimeira de 2008 será em São Salvador e o tema será os jovens e as suas necessidades. Portugal será anfitrião da Cimeira de 2009, pelo que entra na Troika das cimeiras.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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