Alberto Dines e Luiz Antonio Magalhães
O atentado
O site deste Observatório da Imprensa sofreu um atentado na madrugada de sábado (3/11). A home page do OI, a página de índice e praticamente todas as páginas internas foram hackeadas. Na home, os nomes das rubricas foram alterados e no lugar delas aparecia a "assinatura" HACKED BY HIVA DIGITAL SECURITY TEAM. O mesmo ocorreu no índice. Com esta mudança, não há como realizar a publicação de novas matérias, uma vez que o sistema não entenderia para qual rubrica seria destinada a nova entrada. Nas páginas internas, os títulos das matérias foram todos alterados, substituídos pelo algarismo 1.
Para mudar as páginas do Observatório, os hackers driblaram o firewall do provedor iG, em cujos servidores está hospedado o site.Uma pesquisa no Google traz 16.200 entradas para "Hiva Digital Security Team", várias com páginas hackeadas com tal assinatura mundo afora. Em uma delas, a assinatura vem com uma mensagem em inglês: " We Are Iranian Hackers Don´t Forget ok ?".Ainda não é possível dizer se o ataque ao Observatório foi de fato realizado pelos supostos hackers internacionais ou se alguém no Brasil está usando a assinatura do grupo justamente para evitar assumir a autoria do atentado. Em função do ataque, o OI ficou fora do ar durante a tarde e parte da noite de sábado, enquanto os técnico do iG trabalhavam na recuperação do conteúdo original e corrigiam a ação dos hackers.
Comentário do Editor Responsável do OI, Alberto Dines, sobre o episódio:
O atentado dos hackers ao Observatório da Imprensa foi uma advertência. Equivale a um coquetel Molotov, ou uma "bomba caseira" que se joga em uma redação. Os delinqüentes avisavam que têm condições de acessar o site clandestinamente e causar estragos maiores. São do ramo, profissionais, conhecem bem nossa navegação. Escondidos sob a assinatura de um grupo supostamente iraniano, dificilmente serão identificados. Aproveitaram o feriadão, mas foram prontamente descobertos.No passado, empastelavam-se os jornais que incomodavam. Ou tentava-se liquidar os jornalistas inconvenientes. Agora o terrorismo é "limpo", sem sangue, igualmente perverso.Este Observatório da Imprensa avisa que não se intimidará. Já enfrentamos linchamentos, boicotes, listas negras. Saberemos lidar com as ameaças da canalha virtual.
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