Considerou um tribunal da Suíça hoje culpados de homicídio culposo (sem intenção) quatro funcionários da empresa suíça de controle de tráfego aéreo Skyguide pela morte de 71 pessoas em uma colisão entre dois aviões ocorrida em 1º de julho de 2002, comunica a Agência Estado. Três réus foram sentenciados a um ano de prisão com direito a sursis e um foi condenado a pagar multa de 13.500 francos suíços (equivalente a cerca de R$ 22.000). Outros quatro funcionários da Skyguide foram absolvidos.
A tragédia envolveu um avião de passageiros da Bashkirian Airlines e uma aeronave de carga da DHL. Os dois pilotos do avião de carga e os 69 ocupantes da aeronave de passageiros morreram. Entre os mortos no avião de passageiros havia dezenas de crianças russas e familiares que viajavam em férias para a Espanha.
Apesar de a tragédia ter ocorrido quando os aviões sobrevoavam a cidade alemã de Ueberlingen, aquela faixa de espaço aéreo estava sob responsabilidade dos controladores da Skyguide.
O dinamarquês Peter Nielsen era o único controlador de vôo trabalhando ativamente no momento da colisão. Alguns dos réus tentaram atribuir a Nielsen a culpa, acusando-o de não ter seguido os procedimentos adequados. Mas os promotores argumentaram que a cultura de negligência e a falta de consciência sobre os riscos por parte da companhia contribuíram para o acidente e que Nielsen não era o único culpado.
Nielsen foi assassinado em 2004 por Vitaly Kaloyev, um russo que perdeu a esposa e os filhos na tragédia. Kaloyev cumpre atualmente sentença de cinco anos e três meses de reclusão por ter matado Nielsen a facadas.
Antes de ser morto, Nielsen havia dito a investigadores que trabalhava em condições estressante na noite da tragédia. Ele disse também que um colega havia feito uma pausa e que uma manutenção no sistema de controle de vôo estava prejudicando o monitoramento e as comunicações.
Por Dério Nunes
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