Eu acho que todos os países têm o direito de ter as Forças Armadas perfeitamente delineadas e equipadas de acordo com a sua visão estratégica, com sua visão de política de defesa, afirmou o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, a jornalistas estrangeiros, sobre a compra pela Venezuela de submarinos russos.
A Venezuela está fazendo um programa de reaparelhamento. Como nós também aqui no Brasil estamos tentando fazer, destacou o comandante da Marinha.
Ele declarou que não está preocupado com uma ameaça do país vizinho. Não me parece que seja um risco. A Venezuela mantém relações diplomáticas e cordiais com o Brasil. As Marinhas mantêm relações muito boas, declarou. Segundo o almirante, o submarino não é uma arma de ataque, mas de dissuasão de ataques inimigos. É uma arma que indica: eu aqui tenho como me defender.
SUBMARINO NUCLEAR
Nesse sentido, o comandante defendeu a construção do submarino nuclear, com reator desenvolvido com tecnologia nacional pela Marinha do Brasil. Ele seria um enorme fator de dissuasão favorável à Marinha e favorável ao país, afirmou o comandante.
O projeto do submarino nuclear depende da aprovação do presidente Lula e da liberação de US$ 1 bilhão para sua conclusão.
Estamos aptos a construir. Se vamos construir é uma decisão do governo, afirmou o almirante. Os submarinos convencionais têm um poder de dissuasão enorme, mas eles têm uma limitação, andam relativamente devagar, de tempos em tempos têm que vir à superfície para carregar as baterias. O submarino nuclear tem total liberdade de navegar pelas águas brasileiras, disse Moura Neto.
O Brasil tem uma frota de cinco submarinos, que precisam de renovação e reforços, disse o comandante. Se a compra deles for confirmada e nós não fizermos o mesmo, ficaremos com equipamentos mais atrasados, declarou.
Para o almirante, o Programa de Reaparelhamento da Marinha, elaborado em 2005, é a prioridade principal da Marinha. O plano prevê investimentos de R$ 5,7 bilhões na primeira fase, até 2012, dos quais pouco mais de R$ 2 bilhões seriam destinados à construção de um novo submarino e à modernização dos cinco que o país já possui. Os submarinos atualmente em operação têm idade média de 10 anos. O programa prevê ainda a produção de novos navios patrulha oceânicos e fluviais, navios escolta e navios anfíbios.
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