Jean-Marie Le Pen, que chocou a França a atingir o segundo lugar há cinco anos no pleito que ganho por Jacques Chirac , candidatou-se às presidenciais de 22 de Abril e apresentou este domingo (25) o seu projecto eleitoral.
O candidato da extrema-direita francesa considerou a imigração como a «causa essencial do empobrecimento generalizado» e defendeu a expulsão de todos os estrangeiros ilegais no seu país.
Perante mais de dois mil apoiantes, em Lille, Le Pen expôs, na sua «convenção presidencial», a França que pretende, advogando a implementação de uma «preferência nacional» para os cidadãos franceses, relativamente a subsídios e políticas sociais.
«Reservaremos as ajudas sociais e as pensões sociais só para franceses», disse o dirigente, defendendo que a imigração «massiva» resultou, nos últimos trinta anos, numa despesa suplementar anual de «50 mil milhões de euros».
Le Pen disse, por isso, pretender financiar o seu programa político com o dinheiro canalizado agora para os estrangeiros que trabalham em França, suprimindo todas as ajudas sociais que de que estes são beneficiários, assim como o agravamento dos seus descontos para o serviço de saúde e de desemprego.
O dirigente de extrema-direita, que centrou o seu discurso no combate aos imigrantes, disse ainda que pretende acabar com o direito de reagrupamento familiar, assim como com a «obtenção automática de nacionalidade» e ainda com a redução do tempo de autorização de residência.
Ele também buscou responder às preocupações da população sobre o aquecimento global ao propor um Plano Marshall para o campo, referindo-se aos planos de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial.
"Eu serei o presidente dos homens e das mulheres do campo porque sob eles repousa a honra de ser francês", afirmou o líder da Frente Nacional a eleitores com bandeiras na mão.
Ele reiterou suas críticas à União Européia e à globalização e classificou os especuladores financeiros mundiais como "tubarões" aliados das oligarquias russas e francesas.
"Eu serei o presidente que restabelecerá o direito de governar sem que nossa soberania seja confiscada", afirmou.
Uma pesquisa divulgada no último domingo pelo periódico Journal du Dimanch indicou que 11,5 por cento dos eleitores planejava votar por Le Pen no primeiro turno da eleição, contra 17 por cento do centrista François Bayrou e de Ségolène Royal e Nicolas Sarkozy, ambos com 28 por cento.
Com Lusa e Reuters
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