Annan revelou três "momentos negros" de seu mandato

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, na sua última conferência de imprensa como o secretário geral da ONU admitiu nesta-terça-feira que o pior momento de seu mandato à frente do órgão internacional foi "não ter impedido a guerra no Iraque".

 
"Tentei de todas as formas, mas não consegui impedi-la", declarou Annan em sua última coletiva de imprensa, já que seu mandato terminará em 31 de dezembro, quando será substituído por Ban Ki Moon.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha lançaram a guerra no Iraque e ocuparam o país após alegar que o então presidente Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, afirmação que depois foi desmentida.

Annan assinalou outros dois "momentos negros" de seu mandato: a morte do brasileiro Sérgio Vieira de Mello, enviado da ONU a Bagdá, onde morreu em um atentado em agosto de 2003 - "uma perda para todos nós e para mim pessoalmente" - e as denúncias de corrupção no programa "petróleo por alimentos".

O secretário-geral também observou que, depois das declarações do premier israelense, Ehud Olmert, sobre a posse de armas atômicas, "outros países da região (do Oriente Médio) disseram que vão explorar a opção do tema nuclear".


"Temo que surja uma espiral de concorrência. A Agência Internacional para a Energia Atômica e o Conselho de Segurança devem fazer tudo o possível para evitá-la."

Frente a esta situação, Annan sugeriu uma reflexão sobre o direito de veto dos Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da instituição.


"O veto é um poder puramente negativo, serve para bloquear qualquer coisa e cada vez que recorrem a ele os cinco membros deveriam refletir se fazem isto por interesse nacional ou para promover mudanças, como deveria ser, em nome dos 192 membros da ONU", concluiu.

Ansa 

Author`s name Lulko Luba
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